100 anos de prisão: motorista escolar condenado por estupros no RS

100 anos de prisão: motorista de escolar é condenado por estupro de vulneráveis no RS. A condenação do motorista escolar por estupro de múltiplas vítimas, incluindo suas próprias filhas e…
100 anos de prisão: motorista escolar condenado por estupros no RS
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100 anos de prisão: motorista de escolar é condenado por estupro de vulneráveis no RS.

A condenação do motorista escolar por estupro de múltiplas vítimas, incluindo suas próprias filhas e alunas com deficiência, chega a uma pena superior a um século de prisão.

Este caso apavorante, que envolve um ex-servidor público de Erebango, no noroeste do estado, expõe uma falha gravíssima de confiança e o uso perverso de uma posição de poder para cometer crimes hediondos.

A sentença, proferida na última sexta-feira (30/5) pela Juíza Daniela Conceição Zorzi, da 2ª Vara Judicial de Getúlio Vargas, marca um passo crucial na busca por justiça para as vítimas e serve como um alerta sobre a segurança de crianças em ambientes que deveriam ser de proteção.

O réu, que atuou como motorista de ônibus escolar na Prefeitura de Erebango, foi considerado culpado por estuprar meninas menores de 14 anos, aproveitando-se de sua função e do transporte diário das vítimas no veículo municipal.

A gravidade dos crimes é ainda maior, já que entre as vítimas estavam suas duas filhas biológicas, enteadas e alunas com deficiência intelectual, demonstrando um padrão de abuso que se estendeu por mais de uma década, entre 2012 e 2024.

A pena imposta é de 100 anos, dois meses e 20 dias de reclusão, refletindo a extensão e a crueldade dos atos cometidos.

A importância das provas e a busca incansável por justiça

A robustez das provas apresentadas durante o processo judicial foi determinante para a condenação.

A Juíza Daniela Conceição Zorzi baseou sua decisão em um vasto e incontestável conjunto de evidências.

Depoimentos detalhados e emocionantes das vítimas e de seus familiares foram cruciais para revelar a extensão dos abusos.

Além disso, relatórios psicológicos, laudos periciais  e vídeos de monitoramento do próprio ônibus escolar serviram como provas.

O testemunho de policiais civis e outras pessoas envolvidas na investigação também corroborou a narrativa das vítimas, fortalecendo a acusação e desmantelando qualquer tentativa de defesa.

A magistrada enfatizou que os crimes foram praticados com dolo, ou seja, com intenção deliberada e premeditada.

A decisão ressalta que o condenado se aproveitou da relação de confiança estabelecida, do vínculo familiar com algumas das vítimas e de sua função pública como motorista escolar para se aproximar e manipular as crianças.

A vulnerabilidade extrema das vítimas, seja pela idade ou por suas condições cognitivas, foi um fator agravante decisivo na sentença.

A coerência e a consistência dos relatos das crianças, corroboradas por todas as provas técnicas, não deixaram dúvidas quanto à culpa do réu.

100 anos de prisão pelos crimes cometidos

A condenação do motorista escolar não se limitou apenas à pena de reclusão.

A sentença também incluiu medidas adicionais de grande importância para a proteção das vítimas e para a sociedade.

O réu foi condenado à perda do cargo público, um passo fundamental para garantir que ele jamais possa exercer uma função que lhe dê acesso a crianças novamente.

Além disso, foi determinada a perda do poder familiar sobre uma de suas filhas, uma medida essencial para romper o ciclo de abuso.

A Justiça também impôs o pagamento de indenização mínima de R$ 10 mil para cada uma das vítimas, a título de danos morais, embora nenhum valor possa reparar o trauma sofrido.

A prisão preventiva do condenado foi mantida, garantindo que ele permaneça sob custódia enquanto o processo legal segue seu curso.

Inclusão no Cadastro Nacional Pessoas Condenadas por Crime de Estupro

Outra determinação da sentença foi a inclusão do nome do condenado no Cadastro Nacional de Pessoas Condenadas por Crime de Estupro.

Essa medida, prevista em lei, visa proteger a sociedade, permitindo que futuras verificações de antecedentes revelem o histórico criminoso do indivíduo, prevenindo novos abusos.

Embora ainda caiba recurso da decisão, a condenação representa um marco importante na luta contra a pedofilia e o abuso sexual de vulneráveis.

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O caso de Erebango serve como um doloroso lembrete da vigilância constante que a sociedade deve ter para proteger os mais vulneráveis.

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