Consumir certos alimentos em pó pode trazer diversos benefícios para a saúde e praticidade para o dia a dia. Alguns produtos são ricos em nutrientes, pois passam por processos de desidratação que preservam suas propriedades nutricionais. Além disso, têm uma longa vida útil, o que facilita o armazenamento e reduz o desperdício.
Liziane Camargo, docente do curso de nutrição da Faculdade Anhanguera, ressalta que, para garantir a qualidade e segurança desses alimentos, é importante seguir alguns cuidados. “Armazená-los em locais secos e frescos, longe da luz direta, ajuda a manter suas características. Verificar a data de validade e seguir as instruções de preparo também são essenciais para evitar contaminações e garantir o máximo aproveitamento dos nutrientes”, orienta.
Alimentos em pó com bom perfil nutricional
Liziane Camargo explica que os alimentos em pó podem fazer parte de uma alimentação equilibrada, desde que escolhidos com atenção e inseridos de forma consciente. “Não estamos falando só de produtos industrializados ultraprocessados; hoje existe uma variedade de opções mais naturais e funcionais”, afirma.
Entre os alimentos em pó com bom perfil nutricional, a nutricionista cita:
- Leite em pó integral ou desnatado: mantém boa parte dos nutrientes do leite fluido;
- Farinhas funcionais: as farinhas de banana verde, de linhaça e de amêndoas são ricas em fibras e compostos bioativos;
- Cacau em pó puro (100% cacau): fonte de antioxidantes como os flavonoides;
- Proteínas em pó: o whey protein (proteínas do soro do leite) e a proteína vegetal, por exemplo, são úteis para complementar a ingestão proteica em algumas situações clínicas ou de estilo de vida (como idosos, atletas ou em contextos clínicos específicos);
- Frutas e vegetais liofilizados em pó: açaí, morango, beterraba, espinafre e cenoura preservam cor, sabor e grande parte dos nutrientes, além de poder ser incorporados em preparações diversas.
Consumindo alimentos em pó adequadamente
Para aproveitar as qualidades dos alimentos em pó corretamente, Liziane Camargo recomenda:
- Use como complemento, mas não como base da sua alimentação;
- Incluir cacau em pó no iogurte natural, no leite ou bebida vegetal, no lugar de achocolatados prontos, por exemplo, agrega sabor e antioxidantes;
- Use farinha de linhaça para enriquecer o mingau, a vitamina ou até uma receita de bolo caseiro;
- Utilizar mix de fibras pode ajudar quem está com intestino preso, mas deve vir com uma boa ingestão de água e vegetais;
- Incluir proteína em pó, como um whey protein de qualidade no pós-treino, se houver indicação profissional. Contudo, esse não deve ser o substituto oficial de todas as refeições;
- Usar temperos naturais desidratados em pó (como cúrcuma, alho, cebola, páprica) no preparo das refeições para agregar mais sabor e cor nas preparações;
- Sempre priorize a variedade de alimentos in natura e minimamente processados;
- Veja os alimentos em pó como um recurso útil dentro do planejamento alimentar, mas não como a solução milagrosa.
Atenção aos rótulos e ao uso
A nutricionista alerta que pessoas alérgicas e intolerantes devem sempre checar os potenciais alergênicos e traços presentes no rótulo dos alimentos em pó. Além disso, Liziane Camargo reforça que suplementos e alimentos concentrados devem ser usados com acompanhamento profissional, principalmente quando há propósito terapêutico.
Alimentos em pó para evitar
Apesar dos benefícios dos alimentos em pó, nem todos devem fazer parte da rotina alimentar. Abaixo, a nutricionista explica alguns para ter cuidado:
- Evite os alimentos em pó que têm açúcar, maltodextrina, gordura vegetal hidrogenada ou xarope de glicose como primeiros ingredientes;
- Observe o teor de sódio: produtos em pó podem ser campeões nesse item;
- Desconfie de termos como “sabor natural”, “aroma de…”, “light” ou “zero”, sem verificar o que isso de fato significa na tabela nutricional;
- Também desconfie de alegações exageradas, como “milagroso”, “cura isso ou aquilo”, “100% natural” (sem ter real comprovação disso);
- Procure selos de qualidade, informações sobre a fonte da matéria-prima e, se possível, empresas com responsabilidade socioambiental.
Por Deiwerson Damasceno