5 dicas para entender e lidar com a dupla excepcionalidade

Condição une alto desempenho em determinadas áreas e, ao mesmo tempo, dificuldades significativas em outras

A dupla excepcionalidade é um conceito ainda pouco discutido. No entanto, representa um importante desafio para famílias e educadores, pois afeta diretamente o desenvolvimento de crianças e adolescentes. “A dupla excepcionalidade ocorre quando uma pessoa apresenta, simultaneamente, uma condição do neurodesenvolvimento (como o Transtorno do Espectro Autista – TEA) e habilidades cognitivas acima da média, frequentemente associadas à superdotação”, explica a neuropsicóloga Dra. Karliny Uchôa.

Abaixo, a Dra. Karliny explica as principais características da dupla excepcionalidade e como lidar com ela!

1. Talentos e desafios estão juntos

Segundo a Dra. Karliny Uchôa, a dupla excepcionalidade é marcada pela alta e baixa aptidão em algo específico. “Uma pessoa com dupla excepcionalidade pode ter um alto desempenho em determinadas áreas e, ao mesmo tempo, dificuldades significativas em outras, é a coexistência de habilidades acima da média com transtornos como Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), dislexia ou TEA”, explica.

2. Identificar a dupla excepcionalidade ainda é uma tarefa complexa

Não é incomum que pessoas com dupla excepcionalidade enfrentem desafios invisíveis que dificultam o reconhecimento de suas necessidades. “Por causa das habilidades intelectuais, muitas dessas crianças passam despercebidas nas avaliações escolares ou são rotuladas como preguiçosas, desorganizadas ou desinteressadas; por isso, é fundamental que os profissionais saibam investigar com profundidade”, destaca a neuropsicóloga.

Estratégias educacionais e terapêuticas personalizadas são necessárias para acolher o potencial e as limitações da criança (Imagem: Studio Romantic | Shutterstock)

3. Intervenção multidisciplinar e individualizada são essenciais

Cada criança é única, e suas necessidades educacionais também. Por isso, é essencial adotar abordagens específicas que considerem tanto suas habilidades quanto seus desafios. “Esses casos não se resolvem com soluções genéricas, precisamos de estratégias educacionais e terapêuticas personalizadas que acolham tanto o potencial quanto às limitações da criança”, pontua a Dra. Karliny Uchôa.

4. A escola pode ser uma aliada no desenvolvimento ou um espaço de sofrimento

O ambiente escolar pode ter um impacto profundo na trajetória de uma criança com dupla excepcionalidade — tanto para o bem quanto para o mal. “Quando a escola não reconhece a dupla excepcionalidade, ela se torna um espaço de sofrimento. Mas, com preparo e sensibilidade, pode ser um ambiente de desenvolvimento pleno”, diz a profissional.

5. Suporte emocional é fundamental para a autoestima

Além dos desafios cognitivos e educacionais, a dupla excepcionalidade também afeta profundamente o lado emocional da criança. “O impacto emocional nesses casos é muito grande, crianças com dupla excepcionalidade muitas vezes se sentem inadequadas, mesmo sendo altamente inteligentes; por isso, o apoio psicológico contínuo é essencial para o fortalecimento da autoestima e da identidade”, conclui a Dra. Karliny Uchôa.

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Por Tayanne Silva 

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