5 estratégias para os confeiteiros enfrentarem a crise do chocolate

Veja como investir em estratégias, ingredientes alternativos e capacitação para manter o negócio ativo

Com a disparada histórica do preço do cacau — que subiu quase 190% desde março de 2023 — o chocolate, ingrediente central da confeitaria, tornou-se também um dos maiores desafios para quem vive do negócio. Só nos últimos 12 meses, chocolates em barra e bombons acumularam alta de mais de 21%, segundo dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), superando em quase quatro vezes a inflação oficial. Diante desse cenário, os confeiteiros brasileiros têm sido desafiados a ir além da técnica: é preciso estratégia, gestão e capacidade de adaptação.

Essa mudança no comportamento de consumo tem sido observada de perto por profissionais que atuam no setor. “Notamos um aumento na procura por coberturas fracionadas, embalagens menores e itens decorativos que valorizam a apresentação final. A confeitaria está mais estratégica, com foco em valor percebido e otimização de custos”, afirma Vivian dos Santos, proprietária da Vivian Festas, loja de produtos para festas e confeitaria.

Para seguir encantando clientes sem comprometer a rentabilidade, veja 5 estratégias que vêm sendo adotadas por confeiteiros para driblar os efeitos da crise:

1. Apostar em ingredientes nacionais

A crise também abriu espaço para a valorização da confeitaria brasileira. Ingredientes como cupuaçu, castanha-do-pará e frutas típicas têm ganhado protagonismo em receitas que antes levavam chocolate, promovendo sabores regionais e autorais, além de estimular a economia local.

2. Usar chocolates premium e coberturas de qualidade para agregar valor

Em um movimento oposto, mas estratégico, cresce também o uso de chocolates premium. Mais caros, eles são valorizados por consumidores que buscam experiências diferenciadas e qualidade superior. Nesse caso, o segredo está em comunicar bem o valor agregado — transformando o custo maior em diferencial competitivo. 

Os naked cakes são uma boa alternativa para substituir bolos completamente cobertos por chocolate (Imagem: Berezhneva Tamara | Shutterstock)

3. Reduzir o uso sem comprometer o sabor e a qualidade do produto

Em vez de eliminar o chocolate das receitas, a ideia é usá-lo com inteligência, valorizando seu sabor e presença mesmo em pequenas quantidades. Uma boa alternativa é substituir bolos completamente cobertos por versões mais leves, como os naked cakes, que deixam camadas à mostra e usam recheios equilibrados.

Outra sugestão é apostar em coberturas como ganaches ou raspas decorativas, mantendo o apelo visual e o sabor marcante do chocolate, mas com menor custo por unidade. O uso de coberturas de marcas reconhecidas também contribui para garantir o sabor e a textura esperados, sem comprometer o padrão de qualidade do produto final.

4. Trabalhar com sazonalidade, exclusividade e embalagens que valorizam o produto

Uma boa saída é criar edições limitadas com chocolate, vinculadas a datas comemorativas ou estações do ano, como Páscoa, Dia dos Namorados, inverno ou Natal. Essa abordagem, além de valorizar o ingrediente, permite justificar um preço mais alto — afinal, trata-se de algo especial e pontual.

O senso de exclusividade também gera desejo e urgência no consumidor, que se sente motivado a comprar antes que acabe. Nesse contexto, o uso de embalagens de qualidade agrega valor percebido, contribuindo para posicionar o produto como uma opção premium ou presenteável.

5. Investir em capacitação, gestão financeira e controle de produção

A profissionalização tem sido um dos pilares para enfrentar o aumento dos custos na confeitaria. Cursos rápidos e acessíveis, como os oferecidos pela Vivian Festas, dispõem de conteúdos práticos sobre precificação, controle de despesas e estratégias para manter a rentabilidade mesmo em tempos de instabilidade.

Além disso, aprender a reduzir custos de produção — sem abrir mão da qualidade — é essencial para otimizar recursos e garantir margens mais saudáveis. Com foco no dia a dia de quem vive da confeitaria, essas informações ajudam profissionais a tomar decisões mais conscientes e sustentáveis para o negócio.

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Por Caroline Amorim

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