5 fatos importantes sobre o câncer de mama
O câncer de mama ainda é o tipo de tumor mais incidente entre as mulheres em todas as regiões no país. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o número estimado de novos casos no Brasil, em 2024, é de 73.610. Além disso, dados do DataSUS revelam uma alta mortalidade pela doença no ano passado, com mais de 20 mil óbitos. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de sucesso do tratamento.
A seguir, 5 fatos importantes sobre o câncer de mama:
1. O diagnóstico precoce acontece antes de qualquer sintoma aparecer
O objetivo do rastreamento é o diagnóstico precoce, ou seja, alcançar mulheres que ainda não possuem sinais ou sintomas sugestivos de câncer, o que aumenta as chances de cura em 95%, segundo a Dra. Fernanda Philadelpho, radiologista especializada em exames de mama da CDPI.
“Assim, conseguimos identificar, por meio de exames de imagem, alterações indicativas da doença o mais cedo possível e encaminhar as pacientes com resultados fora do esperado para uma investigação por biópsia”, explica a especialista.
O diagnóstico depende de várias etapas, e é iniciado pelo exame mais preconizado, a mamografia, a partir dos 40 anos para mulheres sem fatores de risco. “Atualmente, tivemos mudanças nos paradigmas de rastreamento do câncer de mama que deixaram de analisar somente a idade das mulheres”, reforça a radiologista.
2. Obesidade é um fator de risco importante para o câncer de mama
A obesidade aumenta o risco de morte por câncer de mama, como mostra o estudo recente Women’s Health Initiative. Segundo o Dr. Fernando de Barros, cirurgião bariátrico e gerente médico do Programa de Cirurgia Robótica e Bariátrica dos Hospitais São Lucas Copacabana e CHN, por definição, a pessoa que tem o índice de massa corpórea (IMC) acima de 30 é portadora de obesidade.
“O acúmulo de gordura corporal leva o indivíduo a ter uma inflamação sistêmica grave e crônica, o que, consequentemente, eleva o risco para algumas comorbidades, como os tumores mamários”, argumenta.
O risco aumentado de câncer de mama em mulheres obesas acontece pela ação do hormônio estrogênio, convertido no tecido adiposo periférico, que pode ajudar no crescimento de células cancerosas e fazer a doença se espalhar, sobretudo nos tipos classificados como receptor de estrogênio (ER), que representam cerca de 80% de todos os diagnósticos de câncer de mama, segundo o Dr. Luiz Henrique Araújo, também dos Hospitais São Lucas Copacabana e CHN.
3. Mulheres com menopausa precoce têm mais chances de desenvolver câncer de mama e de ovário
Recentemente, a revista científica Nature publicou um estudo que relaciona a menopausa antes dos 40 anos com o risco mais elevado para desenvolver câncer de mama e de ovário. Foram analisadas amostras genéticas de mais de 100 mil mulheres e identificado uma mutação que está relacionada com o envelhecimento mais rápido dos óvulos em comparação com a maioria das mulheres, o que leva à insuficiência ovariana prematura, também conhecida como menopausa precoce.
“Também foi percebido, no estudo, que alterações nos genes que já sabemos estar relacionados com um risco maior de câncer de mama, como o BRCA1 e o BRCA2, também estão ligadas a uma idade menor de menopausa”, explica a Dra. Giullia Bortolini, oncologista da Dasa Oncologia, Unidade Barra da Tijuca.
4. Mutações genéticas são responsáveis pela minoria dos casos de câncer de mama
A Dra. Giullia Bortolini explica que, dentro os fatores de risco, as mutações genéticas são responsáveis pela menor parte dos cânceres de mama diagnosticados, ou seja, apenas de 10% a 15% das pacientes com o diagnóstico confirmado da doença apresentam uma alteração genética.
5. A prevenção do câncer de mama começa com o básico
Segundo a Dra. Giullia Bortolini, a principal maneira de reduzir os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama e de ovário é por meio da prevenção. Para a oncologista, é essencial manter hábitos de vida saudáveis, com a prática de atividades físicas regulares, alimentação saudável e pouca gordura, além de evitar as bebidas alcoólicas e o tabagismo.
Por Rachel Lopes