A bronquiolite, causada pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), é um dos principais motivos de internação de bebês com menos de 1 ano no Brasil. Segundo o Boletim InfoGripe da Fiocruz, nas últimas quatro semanas, o VRS foi responsável por cerca de 45% dos casos positivos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), sobretudo em crianças de até 2 anos.
A bronquiolite é uma infecção respiratória que afeta os bronquíolos, pequenas vias aéreas dos pulmões. Os sintomas mais comuns incluem tosse, chiado no peito, dificuldade para respirar, febre, coriza e apetite reduzido. Em casos graves, a doença pode causar insuficiência respiratória e exigir internação hospitalar. Ao notar qualquer sintoma, é importante procurar atendimento médico imediatamente.
Com a chegada do outono e a maior circulação do vírus, a atenção à saúde dos pequenos deve ser redobrada. Para auxiliar pais e cuidadores, o Dr. Alberto Chebabo, infectologista do laboratório Sérgio Fraco e Bronstein, lista cinco medidas para proteger os bebês da bronquiolite. Confira!
1. Amamentação
O leite materno é rico em anticorpos e fortalece o sistema imunológico do bebê, protegendo-o contra diversas infecções, incluindo o VSR. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o aleitamento exclusivo até os 6 meses e continuado até os 2 anos ou mais.
2. Higienize as mãos
Aprendemos durante a pandemia da COVID-19 que a lavagem das mãos ajuda a evitar muitas doenças. Por isso, higienize-as com água e sabão, especialmente antes de tocar no bebê, e incentive outros familiares, visitantes e cuidadores a fazerem o mesmo.
3. Afastamento de pessoas doentes
Evite que o bebê tenha contato com pessoas que apresentem sintomas de gripe ou resfriado. Se alguém da família estiver doente, peça para usar máscara e lave as mãos com frequência.
4. Ambiente ventilado e brincadeiras ao ar livre
Mantenha os ambientes arejados, abrindo janelas e portas para a circulação do ar. Evite locais fechados e com aglomerações. Segundo o infectologista, já estamos na época de maior circulação do VSR, por isso, opte por passeios e brincadeiras ao ar livre. Além de reduzir o risco de contaminação, o contato com a natureza ajuda a fortalecer a imunidade.
5. Novo anticorpo monoclonal
Já está disponível para bebês de até 2 anos o anticorpo monoclonal Nirsevimabe, conhecido pelo nome comercial Beyfortus®. Com apenas uma dose, o medicamento oferece proteção contra o VSR por até cinco meses, período de maior circulação do vírus.
“O VSR é mais perigoso para bebês de até 1 ano, cujo sistema imunológico é imaturo. Por isso, essa novidade é tão importante e ajuda a evitar pneumonia, gripe e a bronquiolite, algumas das principais causas de internação de crianças desta faixa etária no Brasil”, reforça o Dr. Alberto Chebabo.
Diferentemente das vacinas, que estimulam o sistema imunológico a produzir anticorpos, o anticorpo monoclonal fornece anticorpos prontos para agir no organismo do bebê. Essa imunização passiva garante proteção imediata e é considerada segura, inclusive para prematuros e bebês de baixo peso, como explica o infectologista.
Por Rachel Lopes