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8 consequências da dependência em apostas on-line

O mercado de apostas on-line segue em expansão, impulsionado pelo novo marco regulatório anunciado pelo Governo Federal em 31 de dezembro de 2024. Conforme o levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o setor movimentou R$ 103 bilhões no Brasil no último ano. 

No entanto, o aumento do acesso às apostas acende um alerta para os riscos da dependência. Com a popularização das intituladas “bets”, cresce também a preocupação com os riscos de dependência e a necessidade de medidas preventivas para evitar o vício. Segundo um estudo do Instituto Locomotiva, cerca de 25 milhões de brasileiros fizeram apostas nos últimos seis meses, sendo que 20% deles são de baixa renda e apostam pelo menos uma vez ao mês. Destes, 86% estão endividados. 

“O abuso no comportamento de apostar afeta de forma significativa a vida financeira do jogador, principalmente quando o indivíduo possui um perfil desfavorável, marcado por traços de impulsividade e compulsividade”, destaca Cristiano Costa, psicólogo e diretor de conhecimento da EBAC.

Diante desse cenário, o especialista recomenda que haja um monitoramento rigoroso do hábito, para evitar que o jogo se torne um transtorno que compromete não apenas as finanças, mas também a saúde mental do apostador e sua família ou relacionamentos. 

Abaixo, Cristiano Costa explica sobre os principais impactos da dependência em apostas e como lidar com o problema. Confira!

1. Perder dinheiro destinado a compromissos

A regra número um do jogo responsável, a regra de ouro, por assim dizer, é não apostar valores que não podem ser perdidos. O apostador precisa assimilar que apesar das chances de ganho em jogos on-line serem superiores às das loterias, por exemplo, a probabilidade de perda é sempre maior e mais frequente.

2. Improdutividade no trabalho

As pessoas que sofrem do transtorno podem perder o interesse ou motivação devido à prática de apostas, podendo prejudicar a produtividade e a estabilidade no trabalho.

3. Empobrecimento familiar

O prejuízo do transtorno do jogo é sobretudo financeiro. A dependência pode colocar a renda familiar em risco, priorizando as apostas em vez dos gastos com o convívio familiar, devido aos recursos dedicados às apostas.

O excesso de apostas pode trazer endividamentos com a ilusão de recuperar o dinheiro perdido (Imagem: iona didishvili | Shutterstock)

4. Endividamento pessoal

Na ilusão de recuperar a perda, comportamento que deve ser sumariamente evitado, o indivíduo com transtorno pode contrair dívidas, deixar de pagar contas, recorrer a empréstimos e, ainda pior, a agiotas sem nenhum respeito às leis que o ameaçam.

5. Saúde mental abalada

Com as perdas financeiras significativas, o apostador tem sua saúde mental abalada, desenvolvendo ansiedade e depressão, além da constante dependência em apostar.

6. Redução de renda disponível para outras experiências

Na medida em que os apostadores dedicam a maior parte de sua renda para apostas, nota-se uma perda de dinheiro que poderia servir de investimento para outros setores como saúde, lazer e educação.

7. Vulnerabilidade às práticas ilegais

Na tentativa de recuperar a estabilidade financeira, o apostador pode recorrer a meios ilegais de conseguir dinheiro e ser exposto à criminalidade para amenizar a perda da renda.

8. Aumento dos custos da saúde pública

Há tempos, o campo da saúde mental no Brasil sofre com a falta de recursos e prioridade. A necessidade do tratamento da ludopatia pode sobrecarregar financeiramente os sistemas na área de saúde mental e assistência social, exigindo uma infraestrutura ainda inexistente de espaços, tecnologias e profissionais no Sistema Único de Saúde (SUS).

Impactos sociais do setor

O psicólogo Cristiano Costa explica que além da regulamentação, é necessário existir campanhas de conscientização sobre as apostas on-line. “À medida que o mercado das bets se consolida no Brasil, cresce também a necessidade de um olhar atento para os impactos sociais do setor. O avanço da regulamentação pode ser um passo importante para coibir práticas irregulares, mas o desafio vai além das leis: é preciso investir em educação financeira, campanhas de conscientização e suporte psicológico para mitigar os riscos do abuso”, finaliza. 

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Por Alexandre Ribeiro

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