Um terço dos hipertensos não sabe que tem a doença
Cerca de 20 milhões de brasileiros são portadores de hipertensão arterial. Estima-se que pelo menos um terço dessa população não sabe que tem a doença e ignora o que ela representa. O desconhecimento dos riscos e o fato de alguns pacientes resistirem ao tratamento são ainda mais assustadores quando se constata que a doença cardiovascular – a mais séria complicação da hipertensão arterial não controlada – é hoje a principal causa de mortes do Brasil. O Ministério da Saúde ampliou a capacitação das equipes de Saúde da Família para o controle de risco cardíaco da população atendida.
Dados do Ministério da Saúde demonstram que as doenças circulatórias causaram aproximadamente 30% das mortes de brasileiros. Foram óbitos causados por doenças relacionadas à arteriosclerose (“endurecimento” da artéria), que se manifesta por doença arterial coronariana, doença cerebrovascular (também chamada de AVC ou derrame) e de vasos periféricos.
Os especialistas dizem que o mais grave nesses dados é que essas taxas tendem a se agravar nos próximos anos, não apenas pelo crescimento e envelhecimento da população, mas, principalmente, porque as sociedades modernas adotam estilos de vida cada vez menos saudáveis e criam obstáculos para que as pessoas façam escolhas mais adequadas para a preservação da saúde.
Manter a pressão arterial em níveis considerados normais (menos que 140 X90 mmHg ou 14 por 9), praticar pelo menos 30 minutos diários de atividade física moderada (andar, por exemplo), ingerir 5 porções diárias de frutas legumes ou verduras, manter o peso normal e abandonar o hábito de fumar são atitudes que vão reduzir consideravelmente a probabilidade de um infarto agudo do miocárdio ou de um acidente vascular cerebral, além de melhorar muito a qualidade de vida das pessoas.
Inimigos
Hipertensão arterial, sobrepeso, sedentarismo e tabagismo são alguns dos maiores inimigos do coração. Outros adversários da boa saúde cardíaca são o diabetes e a hipercolesterolemia (índices elevados de LDL – o “colesterol ruim”) e a pouca ingestão de alimentos que protegem o coração e os vasos sanguíneos, como frutas, legumes e verduras.
O perigo é ainda maior se os fatores chamados de risco estiverem associados a idade maior que 45 anos para homens e 55 para mulheres, o histórico familiar de doença coronariana e o estresse.
Prevenção
Para calcular os riscos de um infarto ou acidente vascular cerebral é preciso avaliar isoladamente cada indivíduo, sua história e suas condições clínicas. As principais variáveis relacionadas como de risco para o coração são: pressão alta, tabagismo, frações do colesterol ( o LDL e HDL), intolerância à glicose, índice de massa corporal (calculada com a altura e peso) e idade.
“Neste momento, estamos capacitando as equipes do Programa Saúde da Família para trabalhar com essa tabela ou escore de risco global”, explica a coordenadora do Programa Nacional de Hipertensão e Diabetes do Ministério da Saúde, Rosa Sampaio.
Mais informações
Atendimento ao cidadão
0800 61 1997 ou 61 3315-2425