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Preso segundo suspeito de crime brutal em Osório

15134414_1149683178448417_1522132886_nSe entregou na noite dessa quarta-feira na Delegacia de Polícia de Osório mais um suspeito de participar do assassinato brutal de Jorge Luis Cardoso, de 62 anos.

De acordo com a Policia Civil, Mateus da Silva Espindula, de 22 anos,  se apresentou voluntariamente e em seu depoimento teria admitido a participação na morte do aposentado.

No final da  tarde  desta quinta-feira ele foi encaminhado à Penitenciária Modulada de Osório. Mateus não tinha nenhum antecedente criminal.

Jenifer Miranda Silva, de 19 anos, acusada de ser a mandante do crime já havia sido detida na semana passada. Seu padrasto segue procurado.

O caso

sem-titulo“Se você se apaixonar, ela destrói o seu lar…” A apresentação do Facebook de Jenifer Miranda Silva, de 19 anos, poderia ser apenas uma frase vaga dentre tantas vistas na rede social, mas foi o que exatamente ocorreu com Jorge Luis Cardoso, de 62 anos.

Jorge era conhecido por amigos como “Motor” e segundo a investigação da Polícia Civil conheceu a mentora de seu assassinato no final do ano passado, em uma lancheria do centro de Osório, onde ela trabalhava. Desde então tinham um relacionamento amoroso.

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Polícia Civil diz que Jenifer foi a mentora do assassinato de Jorge

Motor era proprietário de uma vasta terra às margens da RST-101, onde morava sozinho (era separado), na localidade de Passinhos, mas sua receita não era grande, fazendo com que anos atrás recebesse até a ajuda de amigos para se manter, principalmente quando sua casa, herança de seu pai, queimou completamente fazendo com que perdesse tudo.

Entretanto, o jogo começou a mudar quando uma torre do parque eólico acabou sendo instalada em suas terras, gerando uma renda mensal. Outra fonte de dinheiro, além de sua aposentadoria, vinha de um arrendamento de parte de seu campo, fazendo com que Jorge tivesse atualmente uma situação financeira estável e foi justamente isto que causou a sua morte, de acordo com as investigações da própria Policia Civil.

Com a melhoria de suas receitas, sua antiga casa de madeira, foi transformada em um galpão de ferramentas, com cozinha e quartos, para em caso de alguém querer utilizá-la. Ele mesmo, muitas vezes, usava a velha cozinha para fazer sua comida num fogão à lenha. Mas, com o dinheiro entrando em uma quantia maior, Jorge resolveu construir uma nova residência, desta vez, de alvenaria, moderna e confortável. Passados dois anos, realizou outro grande desejo adquirindo uma caminhonete Ranger, já neste ano de 2016.

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Na esquerda a nova casa. Na direita, sua antiga residência

Porém, o que era um sonho acabou virando um pesadelo, quando na tarde do dia 07 de outubro estacionou seu novo carro nas proximidades do Registro de Imóveis, no centro de Osório e foi a pé até uma imobiliária, deixando Jenifer no automóvel.

Ao retornar, a jovem disse a ele que teria sido assaltada por dois homens armados que haviam levado sua caminhonete. Quis o destino que o carro fosse recuperado apenas dois dias após sua morte. Ela foi encontrada em Esteio, no dia 07 deste mês.

Sem sua caminhonete, Jorge então resolveu comprar um carro popular, adquirindo um Corsa, veículo este que segundo a investigação foi usado para levar o seu corpo até o local onde foi enterrado.

Sexta-Feira (04/11)

Jenifer havia premeditado o assassinato para este dia, mas não pode colocar o plano em prática, pois um dos quatro filhos de Jorge estava no sítio, ajudando o pai em alguns serviços.

Sábado (05/11)

O filho de Motor seguia no local, mas logo após o almoço se despediu do pai e retornou à cidade. Após certificar-se que Jorge estava sozinho, Jenifer então pode enfim traçar seu plano mortal.

Pegou um remédio para dormir, colocou em um pedaço de mamão 15 comprimidos esmagados na fruta. Para que a vítima não desconfiasse de nada, também comeu uma fatia, mas sem a medicação. Não demorou e Motor foi deitar em sua cama.

Com Jorge apagado, Jenifer então teria ido com o carro da vítima até a porteira da fazenda, cerca de 500 metros da entrada da casa. Lá, buscou dois comparsas, para enfim finalizar sua ideia macabra.

Foto: Litoralmania - Motor embaixo da Figueira que tanto amava.
Foto: Litoralmania – Motor embaixo da Figueira que tanto amava.

Usando uma corda a dupla enforcou Jorge, que mesmo dopado tentou se defender, mas com dois homens em cima dele e sem condições físicas nada pode fazer para evitar seu triste fim.

Após a morte, o trio colocou o corpo do aposentado em seu próprio veículo e saiu sem rumo pela propriedade da vítima, para enterrar o corpo. O local escolhido não poderia ser mais simbólico. A vala aberta era a parte de sua propriedade de onde ele mais gostava. Próximo a uma grande e antiga Figueira.

Lá, estava abrindo uma nova rua, para que no verão pudesse reunir a família e amigos em uma grande confraternização, embaixo desta árvore que ele tanto amava, revelou um amigo da vítima à reportagem do Litoralmania.

Foto: Litoralmania - Motor embaixo da Figueira que tanto amava.
Foto: Litoralmania – Motor embaixo da Figueira que tanto amava.

Terça-feira (09/11)

Um amigo vai à noite à propriedade de Motor e encontra a casa aberta e sem o carro na garagem. Pensando que a vítima pudesse ter ido comprar alguma coisa, vai embora.

Quarta-feira (09/11)

Diversas pessoas tentam contato com o celular de Jorge, mas o telefone não chama. Desconfiados vão até a propriedade onde encontram primeiro sangue no colchão de seu quarto e, após buscas pela região, localizam seu corpo parcialmente enterrado, enrolado em um cobertor. De acordo com a perícia, Motor estava com as mãos e pés amarrados e um saco plástico na cabeça.

Foto: Litoralmania - Corpo estava enrolado em um cobertor.
Foto: Litoralmania – Corpo estava enrolado em um cobertor.

Quinta-feira (10/11)

Seu corpo é enterrado no Cemitério Municipal de Osório, sob muita comoção de amigos e familiares. Jenifer é presa e confessa o crime. Com ela, estava o cartão bancário da vítima, onde havia realizado diversos saques desde o dia do crime.

Comparsas

Dois acusados de participação na ação criminosa são procurados pela polícia. Seu padrasto e um amigo de Jenifer.

Investigação

Participaram da elucidação do crime policiais civis das Delegacias de Polícia de Osório e Santo Antônio da Patrulha. O Delegado responsável pelo caso é Peterson da Silva Benitez.

Redação Litoralmania

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