A paz é artesanal – Dom Jaime Pedro Kohl
Advento é tempo de espera confiante no Deus que vem colocar sua tenda entre nós. É uma espera alegre e feliz celebrando o mistério que já aconteceu, mas que todo ano gera nova vida e esperança.
No Natal vivenciamos a grande espera! O povo de Israel aguardava com grande ansiedade a manifestação do Messias. Na pequena Nazaré, Maria reza todos os dias para que Deus envie o Messias para salvar seu povo. A espera de séculos tornou-se realidade.
Liturgicamente, o Advento nos ajuda a preparar a casa e o coração para celebrar a festa do nascimento de Jesus, a chegada do Príncipe da Paz.
A CNBB – Regional Sul III deu-se como tema para o subsídio da Campanha da Evangelização: “Natal, tempo de construir a paz”.
A expressão “construir a paz” já é um indicativo importante que vislumbra para nós a necessidade de colocarmo-nos em movimento, numa atitude de busca e articulação para que ela possa acontecer. Sabemos que a paz é dom a ser pedido a Deus, mas também, algo a ser construído com a colaboração de todos.
Ao olhar para o nosso mundo tão necessitado de paz nos perguntamos: como estamos servindo a Deus e cuidando do seu Reino? São tantas as relações quebradas: guerras, abandono, preconceito, discórdias, invejas, traições, egoísmos, violência, corrupção, injustiças, …
Diante de tantas dores e desafios nos sentimos impotentes e podemos cair na tentação de achar que não tem mais solução. Contudo, não é do cristão perder a esperança e desanimar. Justamente contrário, nesses momentos volvemos nosso olhar para Aquele que tudo pode e nunca abandona. É hora do salto de qualidade.
Como nos diz o papa Francisco: “devemos abrir o nosso coração ao companheiro de estrada sem medos nem desconfianças, e olhar primeiramente para o que procuramos: a paz no rosto do único Deus. O abrir-se ao outro tem algo de artesanal, a paz é artesanal” (EG 244).
Com essa expressão ‘paz artesanal’ o papa nos coloca diante do desafio de construir a paz. Para construir precisamos de vários materiais, ingredientes e projetos. Não é ferro, nem cimento ou tijolos.
Os meios para construir a paz são: diálogo, perdão, solidariedade, justiça, fé, caridade… Abrir-nos ao Outro e aos outros. A conjugação desses valores e atitudes é que nos coloca no caminho da Paz.
O Príncipe da Paz estenderá seu domínio e para a paz não haverá limites. O amor apaixonado do Senhor dos exércitos é que há de fazer tudo isso! (Is 9, 6).
Promover a cultura da paz é missão de todos nós. Sem Jesus ninguém reúne todas as condições para construir a Paz.
Sejamos os artesãos de Paz!
Para refletir:
1) Minhas atitudes e jeito de ser despertam nas pessoas que encontro sentimentos de bem querer e de paz? Considero-me uma pessoa pacífica e pacificadora?
2) Como posso e desejo colaborar na construção de um mundo de paz?
Sugestão de leitura:
Is 9,1-6.