Reforma da previdência, contribuição do congresso em primeira votação

PONTO E CONTRAPONTO– por Jayme José de Oliveira “Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”. REFORMA DA PREVIDÊNCIA, CONTRIBUIÇÃO DO CONGRESSO EM PRIMEIRA VOTAÇÃO…

Reforma da previdência, contribuição do congresso em primeira votaçãoPONTO E CONTRAPONTO– por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

REFORMA DA PREVIDÊNCIA, CONTRIBUIÇÃO DO CONGRESSO EM PRIMEIRA VOTAÇÃO

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, não conseguiu incluir a extensão da reforma da Previdência aos estados e municípios. O relator, Samuel Moreira (PSDB-SP), a deixou de fora para não confrontar líderes que representam a maioria da Casa, obedecendo à oposição de governadores que fazem campanha contra a reforma abrangente.

O presidente Jair Bolsonaro tentou incluir policiais e militares na exclusão. Outros líderes, como o governador Eduardo Leite (RS), exigem que deputados votem a favor da proposta de endurecimento não apenas para trabalhadores da iniciativa privada, também para servidores dos três poderes, policiais e militares. “Isso (postura de alguns governadores que, em público, foram contra a reforma da Previdência e nos bastidores a favor) irritou muito os deputados e levou à retirada dos estados e municípios da reforma.

Agora, se vier uma proposta separada recolocando os entes federados, é muito provável que prospere”. (Antônio Queiroz, diretor de comunicação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar – DIAP).

Senadores se articulam para votar em dois turnos primeiro a PEC inalterada aprovada pela Câmara, permitindo assim uma promulgação rápida. Os mais otimistas avaliam que é possível votar os dois turnos ainda em setembro, para tanto não poderão ser acrescidas outras mudanças. Obrigariam o retorno à Câmara para nova negociação.

É de se constatar que, apesar do forte lobby em contrário, o Congresso voltou a determinar que servidores públicos possam ser obrigados a pagar contribuição extra para compensar o déficit do sistema. Isso vale para os níveis federal, estadual e municipal. Foram mantidos na apresentação do projeto os seguintes itens:

Os parâmetros para concessão de aposentadoria aos servidores públicos federais; garantia de pensão integral por morte em todos os casos ligados ao trabalho – demanda dos policiais; professores do sistema público de ensino para que possam se aposentar com paridade e integralidade dos salários aos 57 anos, não a partir dos 60 anos; uma correção à cobrança da Cobrança Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para instituições financeira, a recomposição da alíquota de 15% para 20%; estabelecer a alíquota para cooperativas de crédito em 17%.

Foi mantido o endurecimento dos requisitos para os atuais políticos se aposentarem, porém, mantém a previsão da aposentadoria especial para quem ainda vai ocupar um mandato eletivo.

Entenderam a barafunda da reforma da Previdência? Concordam? Eu, não! Pelo menos nesses termos.

Quando cada categoria interessada procura “tirar o seu da reta” e os demais que se lixem… “lembro a história do salame:

Uma parábola para melhor entender o mexe-mexe da reforma da Previdência:

Voltando de viajem, o proprietário apresenta, eufórico, um salame. Segundo o portador, uma delícia que não se encontraria na região. Esperem o fim de semana para degustar solicitou.

Reforma da previdência, contribuição do congresso em primeira votaçãoA esposa cortou uma pequena fatia e aprovou. Ninguém reclamou, era apenas uma fatia e bem fina. Veio um filho, depois outro, a filha, um neto… todos saborearam “uma pequena fatia”.

Os vizinhos, alertados para a delícia, também compareceram para saborearuma fatia, bem fina. De fatia em fatia, cada qual representando uma porção mínima… não sobrou salame.

Qualquer semelhança com a reforma da Previdência não é mera coincidência.

Aguardemos o que decidirá o Senado em agosto e não pecamos a esperança de que seja iluminado e reconduza a reforma da Previdência para que abranja estados e municípios através duma PEC em proposta separada.

Sem uma reforma consistente e racional, tudo o que o país arrecada será, no futuro, para pagar aposentados e pensionistas. Considerando a impossibilidade de paralisar o país, restará aos idosos, dependentes e incapacitados o mesmo horizonte tétrico vivido por venezuelanos e gregos na atualidade.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

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