Busatto pede divulgação integral de conversa gravada
Em depoimento à CPI do Detran na tarde desta segunda-feira (9), o ex-chefe da Casa Civil Cézar Busatto, pediu que seja divulgada a totalidade da conversa gravada que provocou a sua saída do governo.
Segundo ele, a ação mostrará aspectos importantes do diálogo que foram omitidos, inclusive a defesa que ele teria feito do financiamento público de campanha. Busatto foi exonerado no sábado (7), um dia depois de o vice-governador do Estado, Paulo Feijó, tornar público o conteúdo de uma gravação em que ex-chefe da Casa Civil afirmava que o Banrisul, o Detran e o Daer são fontes de financiamento de campanhas eleitorais.
Busatto solicitou também que seja melhorada a qualidade da gravação. “Quanto mais claro e transparente, maior será a possibilidade de demonstrar a todos os gaúchos e gaúchas que sou um homem público honrado que nada tem a temer, a não ser diante do Criador e na fatalidade da morte”.
Busatto disse que não veio à Comissão para se defender, uma vez que não está sendo acusado de ato ilícito. “Não há nada de que me arrependa nas palavras que proferi. E as proferi sem saber que elas estavam sendo gravadas e se tornariam públicas para milhões de gaúchos”, afirmou. “Fui vítima de uma traição. Recebi uma facada pelas costas, mas sobrevivi e hoje me sinto mais forte”.
Estabelecendo diferenças entre conversas públicas e privadas, disse que falou “sem preocupação com a precisão da linguagem”, enquanto seu interlocutor preparava uma tocaia. “Fui impreciso e, com isso, dei margem a mal-entendidos quando me referi a financiamento de partidos políticos”.
Disse que há várias formas legais e lícitas de financiamento de partidos políticos, mas que seria hipócrita se não considerasse que o atual modelo dá margem a desvios. “Não há como democratizar a política sem enfrentarmos com coragem a questão do financiamento de campanha e o loteamento de cargos nos órgãos públicos”. Segundo ele, os partidos buscam órgãos que dêem projeção e prestígio político, como é o caso dos órgãos citados na gravação.
Banrisul
Com relação à conversa mantida com o vice-governador e gravada sem o seu consentimento, Cézar Busatto disse tê-lo procurado em missão de paz com a intenção de aproximá-lo do governo e evitar “um movimento que crescia de uma CPI contra o Banrisul”.
Para Busatto, a intenção de Feijó é “aniquilar o Estado, desmontar o patrimônio imaterial que é a confiança dos gaúchos e o patrimônio material que é o Banrisul e, confirmado o ‘impedimento’ da governadora, assumir o governo do Estado”.
Presenças
Participam da reunião os deputados Fabiano Pereira (PT), presidente da CPI, Adilson Troca (PSDB), relator, Paulo Azeredo (PDT), vice-presidente, Adão Villaverde (PT), Alberto Oliveira (PMDB), Alexandre Postal (PMDB), Álvaro Boessio (PMDB), Berfran Rosado (PPS), Carlos Gomes (PPS), Cassiá Carpes (PTB), Elvino Bohn Gass (PT), Gilberto Capoani (PMDB), Gilmar Sossella (PDT), Ivar Pavan (PT), ), Márcio Biolchi (PMDB), Marco Peixoto (PP), Marisa Formolo (PT), Marquinho Lang (DEM), Nelson Marchezan Jr. (PSDB), Paulo Borges (DEM), Pedro Pereira (PSDB), Pedro Westphalen (PP), Raul Carrion (PCdoB), Raul Pont (PT), Ronaldo Zülke (PT), Sandro Boka (PMDB), Stela Farias (PT) e Zilá Breitenbach (PSDB). Acompanham a reunião os deputados federais Cláudio Diaz (PSDB) e Nelson Proença (PPS) e a ex-deputada Iara Wortmann.