Cachaça gaúcha é reconhecida pela qualidade
A qualidade da cachaça do Rio Grande do Sul tem sido o diferencial do produto nos mercados nacional e internacional. Recentemente, cachaçarias gaúchas conquistaram certificação de qualidade do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), e prêmios internacionais, por exemplo, no concurso de destilados World Spirits Competition, em São Francisco, nos Estados Unidos. Os resultados são atribuídos principalmente à melhoria no processo produtivo, à adequação da produção às normas dos órgãos certificadores, à capacitação em gestão e a ações de acesso ao mercado.
O grupo conta com incentivo do programa Juntos para Competir, desenvolvido pela parceria do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Rio Grande do Sul (Sebrae/RS), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). O programa promove o desenvolvimento das principais cadeias produtivas do agronegócio no Estado. As empresas integram o projeto Alambiques Gaúchos – que trabalha com 17 empreendimentos – e a Associação dos Produtores de Cana-de-Açúcar e seus Derivados do Rio Grande do Sul (Aprodecana), uma das entidades apoiadoras do projeto.
A cachaça Weber Haus Silver, de Ivoti, por exemplo, foi reconhecida internacionalmente no concurso World Spirits Competition, em São Francisco, nos Estados Unidos, no último mês de abril, quando foi eleita a melhor na categoria destilados brancos de 2008, recebendo a medalha Double Gold. O diretor comercial da cachaçaria, Evandro Weber, diz que essa conquista foi importante para reforçar a imagem de qualidade da bebida. “As certificações e as premiações para o mercado externo têm aberto muitas portas em países promissores como Estados Unidos e China”, comemora. Segundo Evandro, a empresa está investindo também na consolidação do projeto de produtos orgânicos. “Esses produtos têm boas perspectivas no mercado externo, pois atingem segmentos diferenciados”, avalia. A Weber Haus produz anualmente 170 mil litros de cachaça destinadas principalmente para clientes na Alemanha, Itália, Estados Unidos e Canadá.
A bandeira que o Rio Grande do Sul carrega, conforme o gestor do projeto Alambiques Gaúchos, Carlos Fernando Andrade, é a da qualidade. “Minas Gerais tem tradição, São Paulo tem volume e nós estamos gradativamente ocupando esse espaço no mercado”, avalia. Segundo ele, para atingir esse objetivo o grupo se propôs a qualificar as agroindústrias para conquistar certificações dos alambiques, das marcas e prêmios em concursos de bebidas destiladas. De acordo com o gestor, o grupo espera posicionar a cachaça como destilado nobre para ser degustado e apreciado como os grandes uísques e destilados. Até o final de 2008, conforme Andrade, mais seis marcas gaúchas serão certificadas pelo Inmetro. “O grupo está trabalhando para adequar sua produção e ampliar o número de cachaçarias com certificação de produção orgânica”, afirma.
Desde 2006, 11 marcas gaúchas receberam a certificação de Avaliação da Conformidade do Inmetro – processo sistematizado, acompanhado e avaliado, de forma a propiciar adequado grau de confiança de que um produto, processo ou serviço, ou ainda um profissional, atende a requisitos pré-estabelecidos em normas e regulamentos técnicos com o menor custo para a sociedade. São elas: Bento Albino Prata e Bento Albino Ouro, do Alambique Espraiado, de Maquiné; Casa Bucco Envelhecido, Bi-Bucco e Calor Brasillis, da Casa Bucco, de Bento Gonçalves; Água da Pipa Prata, da cachaçaria Água da Pipa, de Encantado; Harmonie Schnaps Prata, da Harmonie Schnaps, de Harmonia; Weber Haus Ouro, Weber Haus Prata e Lundu, produzida pela Weber Haus, de Ivoti; e Santo Forte, fabricada pela Dom Braga, de Dois Irmãos. Atualmente o Estado possui o segundo maior número de marcas reconhecidas, perdendo apenas para Minas Gerais, que possui 12 certificações.