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Vacinação contra rubéola terá foco na imunização de homens

A campanha de vacinação contra a rubéola, que será lançada pelo Ministério da Saúde no dia 9 de agosto, terá pela primeira vez estratégias específicas voltadas à imunização de homens. A decisão foi tomada pelo governo depois do aumento expressivo no número de casos da doença entre os homens. No ano passado, quando foi registrado um surto de rubéola em diversos estados, as ocorrências entre os homens representaram 70% do total.

Segundo a coordenadora dos Programas de Imunização do ministério da Saúde, Marília Bulhões, a escalada entre os homens pode ser explicada pela vulnerabilidade desse público, que não recebeu as doses durante a infância e não contava com campanhas específicas. A vacina tríplice viral (contra o sarampo, a caxumba e a rubéola) foi introduzida no país, inicialmente em São Paulo, em 1992. A incorporação nos postos de vacinação em todo o país foi concluída em 2000, nos estados da Região Norte.

“Os homens [ficaram] suscetíveis à rubéola porque estavam desprotegidos, já que estão em uma idade que não foram alcançados pelos programas de vacinação quando crianças. Acredito que essa medida vai impactar bastante a saúde pública no Brasil”, explicou a coordenadora, embora considere a imunização masculina um “grande desafio”.

“Em geral eles fogem dos serviços de saúde, sobretudo dos serviços de vacinação, mas é preciso que todos se vacinem”, alerta.

A coordenadora explica que embora a doença provoque incômodos diversos, como febre, manchas pelo corpo, dor nas juntas entre outros, a conseqüência mais grave ocorre quando a pessoa infectada é uma mulher grávida. Neste caso, a doença pode provocar aborto ou o nascimento de crianças com síndrome da rubéola congênita (SRC), que causa deficiência auditiva, lesões oculares (retinopatia, catarata, glaucoma), malformações cardíacas e com alterações neurológicas (microcefalia, meningoencefalite, atraso do desenvolvimento neuropsicomotor).

Dados do ministério revelam que as campanhas de vacinação em massa realizadas em 2001 e 2003 não conseguiram interromper a circulação do vírus e a conseqüência disso foi a ocorrência de surto em 2006 que se estendeu por 2007. Somente no ano passado, foram registrados mais de 8.407 casos, 161 em mulheres grávidas, totalizando 17 recém nascidos com rubéola congênita. Entre os 20 estados que registraram a incidência da rubéola, Rio Grande do Sul (2.668), São Paulo (2.668) e Rio de Janeiro (1.500) foram os que mais contabilizaram pessoas infectadas.

Na campanha deste ano, o governo espera vacinar, durante cinco semanas, 70 milhões de brasileiros, independentemente de terem tomado a vacina anteriormente ou de terem tido a doença.

A imunização será feita com a aplicação da vacina dupla viral (contra o sarampo e a rubéola) em homens e mulheres com idade entre 20 e 39 anos de idade em todos os estados, e por meio da vacina tríplice viral (contra o sarampo, a caxumba e a rubéola) para indivíduos entre 12 e 19 anos nos estados do Maranhão, de Minas Gerais, do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Norte, além de toda população indígena que vive em aldeias.

De acordo com o ministério da Saúde, a ação está dentro do compromisso firmado pelos países das Américas durante a 44ª Reunião do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) de eliminar até 2010 a rubéola e a síndrome da rubéola congênita.

O governo federal está investindo aproximadamente R$ 220 milhões para promover a campanha.

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