Inesquecível Bidu – Jayme José de Oliveira

PONTO E CONTRAPONTO- por Jayme José de Oliveira “Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”. INESQUECÍVEL BIDU Na coluna anterior (Evolução positiva) defendi a…
Jayme José de Oliveira
Foto: Jayme José de Oliveira

PONTO E CONTRAPONTO- por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

INESQUECÍVEL BIDU

Na coluna anterior (Evolução positiva) defendi a tese de que os humanos estão numa trajetória ascendente. Tanto técnica como eticamente estamos progredindo rumo a uma civilização em que as diferenças paulatinamente diminuirão e nos tornaremos irmãos na realidade, não na utopia impossível. Impossível porque não saímos de uma linha de montagem que produz indivíduos indistinguíveis. O livre arbítrio permite e conduz a uma diversificação que Cristo já admitia como irreversível: “Pois sempre tereis convosco pobres, mas a mim nem sempre tereis” (João, 12).

O livre arbítrio permitiu o surgimento de Mahatma Gandhi, o que foi um alento e, também, Stalin e Hitler, que protagonizaram o Gulag e o Holocausto, desastres de dimensões colossais.

No dia a dia ele também interage e afeta nossa vida. Sádicos sentem prazer em provocar dor e sofrimento. Animais indefesos são vítimas potenciais, a gata Bidu sucumbiu pela ação de um desses monstros. Morreu envenenada.

Em fevereiro de 2018, para fugir da sanha de quem não pode ser considerado humano refugiou-se debaixo de um carro estacionado na Avenida Rudá, em Capão da Canoa – RS. Quiseram os fados que uma alma caridosa a acolhesse e assim pudemos adotá-la e protegê-la no princípio. A Sra. Vera, Zeladora do EdifícioViña de Mar a acolheu posteriormente e mesmo após mudar de endereço continuou a dedicar-lhe amor e proteção… até o dia 2 de julho, seu último.

A pergunta que não quer calar: por que um energúmeno preparou e ofertou uma isca envenenada que ceifou a vida da Bidu? Que instinto endemoniado o levou a agir assim? Sadismo puro e simples? Repito: como classificar o gesto insano que privou as pessoas que amavam a Bidu do afeto que lhe dedicavam e eram retribuídas pelo meigo animalzinho, tanto assim que procurou abrigo e proteção assim que sentiu a dor, o sangramento bucal e a dificuldade de respirar que culminaram no seu fim. Merece ser considerado humano?

Resta-nos, que tínhamos uma afeição indescritível, a SAUDADE.

Inesquecível Bidu - Jayme José de Oliveira

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

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