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Crise na educação estadual

É com muita preocupação que temos acompanhado os recentes embates entre o CPERS (Sindicato dos Professores do Estado) e a Secretaria Estadual de Educação.

Os professores decretaram ESTADO DE GREVE, e desta vez a pauta de reivindicações não é apenas por remuneração digna ou respeito ao plano de carreira, porém, tem um objetivo bem mais amplo, visando alertar e sensibilizar a sociedade gaúcha sobre as reformas que pretendem ser implementadas pelo governo do Estado.

Com efeito, a direção do sindicato dos trabalhadores em educação tem denunciado as medidas que, segundo eles, “estão provocando o caos na educação pública”, dentre os quais: a junção de turmas (enturmação), a reunião de alunos de séries diferentes em uma mesma turma (multisseriação), o fechamento de bibliotecas, de laboratórios, dos serviços de apoio pedagógico, o fim de classes especiais como o EJA (Ensino de Jovens e Adultos), como também a alarmante falta de professores e de funcionários de escola.

Em meio ao conflito, o Conselho Estadual de Educação, que tem a atribuição de fiscalizar as ações governamentais na área, confirma que o ensino médio poderá contar com turmas de até 50 alunos, desde que seja respeitado o tamanho mínimo de 60m² por sala de aula, sendo 1,20m² o menor espaço a ser destinado a cada aluno.

A Secretaria Estadual de Educação, a seu turno, tem afirmado que a categoria estaria exagerando os fatos, e que as medidas que estão sendo tomadas objetivam unicamente a otimização dos recursos materiais e humanos existentes, e a aprimoramento do sistema educacional, dentro das diretrizes do governo estadual, de enxugamento da máquina administrativa, corte de despesas e diminuição do déficit orçamentário.

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O quadro é realmente muito sério, e esperamos que as ações denunciadas pelo CPERS não venham a se concretizar, porquanto não nos parece aceitável que os professores estaduais, já tão aviltados e feridos em sua dignidade, tenham que ministrar aulas para turmas de 50 estudantes, ou ainda, para alunos de diferentes séries reunidos em uma mesma sala. Tais medidas, em absoluto, não significam qualificação do ensino, mas o contrário.

Nestes momentos, recordamos com saudades de figuras ilustres como Paulo Freire, Darcy Ribeiro, Leonel Brizola e tantos outros, que dedicaram suas vidas a afirmar que a única solução viável para este País é o investimento maciço em Educação! Sigamos seus exemplos!

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