Che Guevara
No dia nove de outubro, há 40 anos atrás, o argentino Ernesto Guevara de La Serna, era assassinado por militares na selva boliviana, e naquele exato momento, morria o revolucionário e criava-se o mito: “Che Guevara”!
Nascido em 14-06-1928, em Rosário, na Argentina, formou-se em medicina, aos 25 anos, quando então, deixou seu país, em busca da concretização de seus ideais revolucionários, tendo passado pela Guatemala e pelo México, onde conheceu sua primeira mulher, e encontrou-se com Fidel Castro, decidindo participar do movimento revolucionário de Cuba.
Como todos sabem, a revolução cubana sagrou-se vitoriosa no ano de 1959, e Che desfilou triunfalmente pelas ruas de Havana, ao lado de seus companheiros, e do comandante Fidel, sendo considerado herói nacional e o grande guerrilheiro daquele movimento. Após, desempenhou vários cargos no Governo cubano, até o ano de 1965, quando seu espírito inquieto e seus ideais revolucionários internacionais, o fizeram abandonar a vida burocrática, e retornar à luta armada, primeiramente na África e, depois, na Bolívia, onde após um ano de insucessos, encontrou o seu fim, aos 39 anos.
Morto o líder, imediatamente nasce o mito, pois, conta-se que os camponeses do povoado boliviano de Higueras, ao verem seu corpo morto, olhos abertos, cabelo e barba compridos, o compararam a Jesus Cristo. Estava criada a lenda, e sua figura mítica continua viva e fortalecida, mesmo após quatro décadas, imortalizada em camisetas, bonés, bandeiras, tatuagens, etc.
Assim como em todas as grandes questões históricas, e em especial neste caso, impossível fazermos uma análise da vida de Che, sem abordarmos o aspecto ideológico, porquanto, para os simpatizantes dos ideais socialistas, Guevara é considerado, de regra, um herói, assim como, para os adeptos do neoliberalismo, Che provavelmente não passa de um vilão.
Existem ainda, outras passagens interessantes na história deste revolucionário, tais como a viagem de moto que ele fez pela América Latina, em 1952, com o amigo Alberto Granado, na qual pode perceber a beleza do nosso continente, em contraste com a grande miséria da população latina, fato determinante para sua postura político-revolucionária. Igualmente histórica foi a condecoração recebida por Guevara, em 1961, pelo também lendário presidente Jânio Quadros, com a medalha da Ordem do Cruzeiro do Sul.
Discordamos da forma violenta utilizada por Che Guevara para atingir seus ideais, mas é preciso reconhecer que o Brasil carece de homens públicos com tamanho potencial idealista. Assim, temos que nos contentar com o nosso Calheiros, o José Dirceu, o Delúbio, o Roberto Jefferson . . .