Estado anuncia R$ 2 milhões para prevenção de hepatites em 2009
Ao assinar o decreto que cria o Comitê Estadual Intersetorial de Enfrentamento das Hepatites Virais, nesta sexta-feira (14), a governadora Yeda Crusius anunciou que estão previstos R$ 2 milhões no Orçamento do próximo ano para serem investidos em programas de prevenção dessas doenças. Yeda também comunicou a inclusão de manicures, podólogos, tatuadores e barbeiros no grupo de risco, para permitir o rápido acesso às vacinas. Em 2009, a meta do governo é expandir as ações de prevenção e tratamento de 25% para 70% das pessoas que fazem parte desse grupo. O Comitê de Enfrentamento é coordenado por Tarsila Crusius, presidente do Comitê de Ação Solidária, vinculado ao Gabinete da Governadora.
A governadora destacou que trabalhar com grupos de risco é fundamental para evitar a propagação das doenças. “Quando se evita isso, através de um orçamento, ele fica muito menor do que aquele necessário para tratamento”, observou. Entre as ações para agilizar a assistência à população, está prevista a criação de centros de atendimento em diversas regiões do Estado, a começar por Caxias do Sul e Rio Grande. De acordo com Tarsila Crusius, a meta, até 2009, é ter ao menos um desses centros em cada macrorregião. Campanhas de vacinação e de conscientização, além da entrega e distribuição de material informativo, também fazem parte do projeto.
Para a secretária-adjunta da Saúde, Arita Bergmann, as ações vão garantir acesso ao diagnóstico e ao tratamento, para a promoção de medidas preventivas, amplas e efetivas. Segundo ela, o objetivo é aumentar a taxa de identificação dos casos e qualificar o atendimento, além de reduzir a incidência da doença. Em 2007, foram registrados no Rio Grande do Sul 264 casos de hepatite A, 857 de B e 1.073 de C. Há uma redução gradual dos casos desde 2000, quando o total de contaminados chegou a 5.505.
Os agentes causadores das hepatites virais são designados por letras do alfabeto (A, B, C, D e E). Esses vírus infectam as células do fígado, mas são diferentes nas suas formas de transmissão e conseqüências clínicas. O grupo do vírus B, C e D é transmitido de diversas formas, como parenteral, sexual, por compartilhamento de objetos contaminados (agulhas, seringas, lâminas de barbear, escova de dentes, alicates de manicure), utensílios para colocação de piercing ou tatuagens e instrumentos para uso de drogas injetáveis ou inaláveis. Há também o risco de transmissão através de procedimentos cirúrgicos e odontológicos, acidentes pérfuro-cortantes e hemodiálise sem as adequadas normas de biossegurança.
Integram o Comitê Estadual Intersetorial de Enfrentamento das Hepatites Virais a Secretaria Estadual da Saúde, Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa do RS, Frente Parlamentar da Saúde, Conselho Estadual de Saúde, Procuradoria-Geral do Estado, Ministério Público Estadual, Defensoria Pública do RS, Associação dos Secretários e Dirigentes Municipais de Saúde, ONGs relacionadas à hepatite e sociedades científicas.