Sonhos de uma segunda-feira – Erner machado
Na Pampa Gaúcha, segunda feira é, historicamente, o dia de começar-se alguma coisa nova.
Podar algumas arvores, arrumar uma cerca, trocar algum moirão da mangueira, começar a “amanunsear “ um potro xucro, para depois lhe colocar um bocal de couro cru e começarem-se os passos para domá-lo.
Há muito tempo, longe da Pampa – no meu exílio poveiro, como diz a música Arranchado- cantada pelo eterno Cesar Passarinho, digo com absoluta certeza de que eu saí da Pampa mas que, a Pampa não saiu de mim e nunca sairá.
Desta forma, para não esquecer minhas origens, sempre que é segunda feira, eu já me levanto com alguma coisa nova para fazer ou com um pensamento novo martelando a minha mente, de maneira insistente.
Em razão de não ter muitas coisas materiais, novas, para fazer me entrego, aos pensamentos e reflexões sobre novos temas que, por serem, imateriais e não ocuparem espaço físico, me permitem abusar de suas utilizações, mesmo que os resultados sejam vistos, quando possível, somente por mim.
Dito isto a título de introdução, encontrei-me hoje, já de manhã cedo, pensando que poderíamos, por algum milagre imponderável, iniciar hoje – segunda feira – a identificação, a formação e construção de BRAILEIROS ESTADISTAS que se colocariam a frente de nosso pais, nos próximos séculos, fazendo-nos esquecer os desastres que tivemos, a nos dirigir, nos tempos presentes e nos tempos passados.
Na minha absoluta incapacidade intelectual de definir um Estadista, fui procurar quem, com mais propriedade, o fizesse e encontrei em um Editorial, da Gazeta do Povo , o texto que a seguir reproduzo com os devidos créditos aos autores do mesmo.
Ei-lo, então:
“Quem ambiciona ser estadista deve ter clara visão de mundo e deve se perguntar se essa visão é mesmo a melhor para o país que pretende governar.
Para tanto, o líder maior e ideal como coordenador do processo e legítimo no exercício do cargo e das prerrogativas da função é aquele que disponha de inteligência, alta cultura, compreensão dos problemas, espírito de renúncia e dedicação a uma causa coletiva acima de seus interesses cotidianos.
Essa é uma boa – mas não a única – definição do que seja um estadista, tão importante quanto mais difícil é o momento que dele exige o que tem de ser feito, não apenas o que ele quer, pessoalmente ,que seja feito.
Não é por outra razão se afirmar dos estadistas, que sua marca maior é pensar nas próximas gerações, enquanto os políticos entregues à mesquinharia diária pensam, diuturnamente no poder pessoal, nas benesses do cargo e nas próximas eleições”.
Conclui que o meu pensamento para esta segunda feira, embora seja carregado de conceitos de altíssimos valores é, no presente, muito difícil de alcançar dado ao tipo de cultura social. informacional e política que adotamos para educar nosso povo e com mais razão, ainda, porque o texto em que o exponho, não atinge mais que 8 ou 9 leitores que, por bondade, tomam conhecimento de meus escritos.
Todavia esta dificuldade operacional não me impede de imaginar que milhões de pessoas, mesmo não sendo da Pampa Gaúcha, estejam pensando a mesma coisa, nesta segunda feira, perplexos diante da dolorosa e trágica situação de carência de Líderes e Estadistas que assola o Brasil há muito tempo e que, em assim continuando, nos assolará nos séculos futuros.
Meu caro leitor e minha cara leitora, se tu achas que o que nós pensamos pode tornar-se realidade fique, por favor, pensando, hoje e por quanto tempo puder que ,de algum lugar, em futuro próximo, teremos um Estadista capaz de nos conduzir ao lugar que merecemos, como povo e como nação, perante os outros povos e perante as outras Nações da terra.