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Deputado sugere criação de Frente Parlamentar para acompanhar situação da Ulbra

A Assembléia Legislativa criará uma Frente Parlamentar para acompanhar a crise na Ulbra. A definição saiu após a realização de audiência pública na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, presidida pelo deputado Alberto Oliveira (PMDB), que discutiu os problemas enfrentados na prestação de serviços em saúde da Ulbra, na manhã desta quarta-feira (17). A oficialização da Frente será efetivada em plenário, com o recolhimento da assinatura dos deputados estaduais. “O Parlamento não pode estar ausente deste debate, pois a sociedade gaúcha está diante de um quadro inquietante. É necessário encontrar uma solução que não passe somente pelo ingresso de recursos públicos na instituição”, justificou Alberto Oliveira.

Segundo ele, a Ulbra tem papel importante no cenário do Rio Grande do Sul, especialmente na áreas de saúde e educação, mas é preciso que a atual administração tenha a humildade de admitir os erros perdulários pela má gestão. “Falta uma atitude menos imperial ao reitor para reconhecer os equívocos cometidos e reconquistar a credibilidade da instituição”, destacou. Alberto Oliveira alertou também que pais e alunos estão inseguros quanto ao ensino nas escolas e universidades mantidas pela Ulbra. “Há queixas de estudantes preocupados com a graduação e o futuro das profissões”, detalhou.

O deputado enfatizou ainda que é inadmissível o fato de demitir funcionários e pagá-los com cheque sem fundo, conforme relato feito pela Federação dos Empregados em Estabelecimento de Serviço de Saúde no Estado (Feesers). “Temos assistido à atuação permanente e vigilante das entidades do setor, preocupadas com a prestação de serviços médicos e hospitalares e buscando soluções.

Cabe à Ulbra fazer a sua parte de forma transparente e responsável”, ponderou. Conforme dados apresentados pelo coordenador do Comitê de Reestruturação da Ulbra, a organização detém dívida financeira de R$ 300 milhões e entende que deve outros R$ 350 milhões em dívidas tributárias, ao contrário do cálculo da Procuradoria Nacional da Fazenda, que avalia a dívida tributária em R$ 950 milhões. “Erramos na dosagem de investimentos, usando capital próprio e de terceiros.

No entanto, estamos trabalhando para modificar o perfil das dívidas, alongar prazos, renegociar com fornecedores, profissionais e prestadores de serviço”, comentou o consultor jurídico Reginaldo Bacci. Ele explicou também que, com a perda do certificado de filantropia, em setembro deste ano, a instituição não teve mais direito à renúncia fiscal de cerca de R$ 900 milhões.

A audiência pública foi solicitada pelo deputado Pedro Westphalen (PP). Também estiveram presentes à reunião diretores dos hospitais Ulbra Tramandaí, Independência, Hospital Universitário e Parque Belém, além de representantes da Associação dos Portadores de Parkinson, do Centro Acadêmico de Medicina da Ulbra, do Conselho Estadual de Saúde, do Cremers, do Conselho Regional de Enfermagem, de Odontologia, de Psicologia, da Federação Sindicação dos Servidores Públicos do Estado, da Secretaria Estadual da Saúde, do Simers, do Sindisaúde, dos sindicatos dos Enfermeiros, dos Odontólogos, dos Psicólogos e do Sindicato dos Hospitais Filantrópicos do Estado.

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