Pesquisador identifica compostos em animais marinhos e plantas que combatem parasita da doença de Chagas
O Instituto Butantan, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (SES) de São Paulo, revelou uma descoberta promissora no tratamento da doença de Chagas.
O pesquisador André Tempone identificou compostos em animais marinhos e plantas capazes de eliminar o parasita transmissor da doença, que atualmente não é combatido pelo único medicamento disponível, que não elimina o protozoário a longo prazo.
Tempone, que estuda o tema há duas décadas, encontrou uma molécula promissora no coral-sol (gênero Tubastraea), uma espécie invasora que se espalha pela costa brasileira desde os anos 1980.
A substância, extraída do animal coletado em São Sebastião, litoral norte de São Paulo, mostrou-se eficaz contra o protozoário em testes de laboratório.
O composto está sendo sintetizado em colaboração com a Universidade de Oxford para eliminar a necessidade de extração do coral e deverá ser testado em animais no futuro.
Além disso, em parceria com a Universidade Federal do ABC, Tempone identificou uma molécula na planta brasileira canela-amarela (Nectandra barbellata) que eliminou o Trypanosoma cruzi em testes in vitro.
A substância foi modificada em laboratório, aumentando sua duração no sangue de animais de três minutos para 21 horas.
A doença de Chagas é transmitida pelo barbeiro infectado com o Trypanosoma cruzi e é silenciosa, muitas vezes levando anos para ser diagnosticada.
Cerca de 30% dos infectados desenvolvem aumento do coração e insuficiência cardíaca, e podem ocorrer problemas digestivos graves. A busca por novas terapias é fundamental, pois o tratamento existente não elimina o parasita.
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