Miscelânea
Ponho-me a pensar, pois filosofar, com a evolução da humanidade, tornou-se privilégio daqueles que alcançaram a graduação universitária. Interessante lembrar que grandes nomes da filosofia como Platão, Sócrates, Tales de Mileto, este último também um grande matemático, assim como muitos outros, filosofaram por serem pensadores por natureza. Mas hoje vale a graduação e fim de papo.
Interessante como se comporta nossa sociedade. Começo pelo Coronel Mendes, atual Comandante Geral da Brigada Militar, a quem ao início da atual administração, cansei de elogiar, pois me parecia uma exceção dentro daquela instituição. Era o primeiro Coronel que eu via na rua, pegando junto com os seus subordinados, pois Coronéis são quase sempre figuras decorativas, escondidas em gabinetes, com o peito cheio de medalhas (e como gostam) tomando sempre um cafezinho servido por um soldado/garçon, daqueles que deveriam estar na rua nos prestando serviço, isto sem contar o expressivo número de Sargentos que prestam serviço como motorista a Desembargadores de nosso Tribunal de Justiça. Há ainda inúmeros brigadianos de soldado a coronel no Palácio Piratini, Assembléia Legislativa, Força Nacional de Segurança e por aí vai.
Falando em Palácio Piratini, ontem à noite, por volta das 21 horas, logo depois de deixar o escritório em que trabalho, encontrei no supermercado Avenida, ao lado de onde resido aqui em Xangri-Lá, um brigadiano que já fazia um bom tempo que não via. Esqueci de perguntar onde está lotado hoje. Conversamos sobre alguns assuntos, mas o primeiro deles foi sobre salários (vocês queriam o quê?), pois na última década perdi em meu contracheque a quantia mensal de R$ 4.980,00, grana me faz muita falta no final do mês. Durante minha conversa com meu amigo brigadiano, soube que há um coronel na Casa Militar embolsando 35 paus por mês. Vocês pensam ser um exagero, não? Pois saibam que é bem provável que seja procedente.
Retorno ao Coronel Mendes que como disse ao início deste texto, me parecia ser diferente dos demais. Hoje penso que estava enganado. Recentemente ocorreu um fato durante a campanha eleitoral em que um vereador de nome Klaus, em Lajeado, foi em cana e passou o resto da mesma no presídio daquela cidade, apanhado em flagrante, com o porta malas de eu carro lotado de galinhas (penosas) já prontas para uma galinhada (festa e explico bem, pois galinha e galinhada em nosso rico português brasileiro têm outra conotação, além desta), dessas que são comuns em campanhas embora proibidas por lei.
Depois do episódio eleitoral, esse vereador que resultou reeleito disse de forma debochada que o povo o havia absolvido. O blog da jornalista Laura Merten Peixoto, de Lajeado, cujo URL é: http://lauramertenpeixoto.blogspot.com/ registrou e lá esta para quem quiser ler, que este vereador tem um parente muito bem situado no atual governo do estado.
Bem, depois da eleição, um tenente-coronel da BM que goza de excelente conceito naquela comunidade foi objeto de uma remoção injustificada e eu sei quanto isto dói, pois nos meus 30 anos de polícia conheci boa parte do estado. Meus filhos não conseguiram fazer amizades, pois o pai deles parecia um andarilho.
E segundo li, o Coronel Mendes teria dito que o cargo em questão era político. Peraí, cargo político numa instituição de carreira? Cara pálida, alguém está brincando com coisa séria. Pois o Coronel Mendes, que a mim parecia ser uma exceção, tão logo foi derrubado o seu colega, assumiu o Comando Geral e mudou de postura. No final do ano ele passa compulsoriamente à reserva, levando no seu contracheque o soldo de coronel acrescido da gratificação de 100% correspondente ao comando a qual é incorporada por força de lei. E será brindado com um emprego com salário de Desembargador no tal Tribunal de Justiça Militar do Estado.
Essa tal justiça militar é uma maneira de jogar dinheiro fora, pois outra noite, jantando com um coronel, não digo se da ativa ou não, pois é o que interessa é o fato em si. Disse-me que ali são condenados somente do soldado ao tenente que hoje não é mais oficial, pois é cargo reservado a sargentos (o grifo é meu). Dali para cima as coisas são acomodadas.
Para justificar a manutenção dessa justiça os revólveres que pertencem à instituição são considerados material “bélico”. É isto mesmo que você leu, revólver é material bélico sim, pois eles são “militares”. Certamente que você deve ter pensado que canhão é material bélico e o é, mas revólver da polícia fardada do estado também é.
Isso é algo jocoso, mas lá é tratado com toda a seriedade e pompa. Agradeçamos aos gorilas mais esta aberração, assim como o tal Plano de Carreira do magistério estadual que dá para escrever um livro tais os absurdos ali contidos. Vamos parar com isto, pois precisamos de uma BM ágil e prestando o serviço que a constituição a ela atribui que é o policiamento preventivo-ostensivo. O restante é perfumaria e perfumaria é algo, in casu, perfeitamente dispensável.
O Coronel Mendes depois de assumir o Comando Geral, mudou, tanto é verdade que semana passada, sabedor que membros da Polícia Judiciária iriam promover protestos, deslocou efetivos consideráveis para “manobras” na capital do estado segundo ele e não para intimar, como veiculou a UGEIRM, mas exercício rotineiro. Só que o tiro saiu pela culatra, pois a região de onde ele retirou os poucos brigadianos que havia, ou parte deles, foi alvo de delinqüentes que roubaram o BB em Farroupilha.
Ouvi dizer que o roubo rendeu aos facínoras algo na casa de R$ 1.3 milhão. Essa investigação deve ter sido iniciada encima de transportadora de valores (funcionários, não a empresa), vigilantes no banco e até mesmo funcionários do próprio banco, pois alguém deve ter cantado a pedra.
Faz alguns dias dona Yeda, filha de um grande Maçom, casou um de seus meninos. O Deputado Biolchi. Este fato me despertou atenção, pois seus principais colaboradores são todos muito jovens e bem formados.
Essa predileção por jovens é algo não muito comum no mundo político, embora as mulheres modernas tenham predileção por jovens e não vai aqui nenhuma maldade, pois a sei uma mulher muito séria e bem casada. Ressalto que fiz tal esclarecimento, pois há sempre algum ou alguns que vêem maldade em tudo, o que até se explica, já que sexo é algo presente, pelo menos em nossas cabeças (eu disse a de cima seus safados).
O que não gosto em dona Yeda é o fato de que ela se julga acima do bem e do mal. No caso Culau (é sobrenome, não posso fazer nada, certo?) ela levou alguns dias para dispensar o mesmo. Já que lembrei esse episódio, lembro que no dia 13 do mês passado estive no Bar do Pedrini, onde habitualmente se reúnem muitos jornalistas, pois o José Luiz Prévidi lançava seu segundo livro e se você quiser saber mais sobre dito lançamento vá até a página dele cujo URL é www.previdi.com.br.
Quando de minha chegada procurei uma mesa bem próxima ao balcão e pedi meu filé com fritas que ressalto ter sido muito bem servido. Faço o elogio vez que merecido, pois paguei como não podia ser diferente. Mal havia sentado e de minha mesa se aproxima o homem das finanças do PSDB e de dona Yeda, inclusive.
Ele mesmo, ex-industrial e atual lobista, o senhor Lair Ferst, aquele que casou com a filha da Ana Maria, empregada do seu Arauto, na mesma rua em que fui criado, a Rua Professor Ivo Corseuil. Não quis acreditar. E sentou à mesa, bem próximo e de costas para mim, observando tal como eu o movimento. Foram muitos os jornalistas que lá estiveram e foram até sua mesa, algo bastante natural já que jornalista se parece muito com polícia, sempre buscando informações, material imprescindível às atividades jornalísticas e policiais.