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Fumaça gigante das queimadas da Amazônia pode ter ligação com queda de avião da Voepass

As investigações iniciais sobre o acidente aéreo que envolveu a queda de um avião da Voepass na última sexta-feira (9), em Vinhedo, no interior de São Paulo, apontam para a possibilidade de que a aeronave tenha enfrentado condições meteorológicas extremas, resultantes de uma combinação incomum.

A análise preliminar sugere que o ATR-72 voou por uma zona crítica, onde uma nuvem de fumaça gigante das queimadas da Amazônia se encontrou com uma frente fria, gerando um ambiente de “caos” climático.

O meteorologista Humberto Barbosa, do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), destacou que o avião enfrentou uma condição rara, com temperaturas oscilando entre -45°C e -60°C.

Durante o voo, por cerca de oito minutos e 42 segundos, a aeronave foi forçada a reduzir a velocidade ao passar por nuvens carregadas, o que pode ter causado o supercongelamento da água ao redor do avião, afetando sua aerodinâmica.

Barbosa explicou que, em temperaturas extremamente baixas, a água pode permanecer em estado líquido, mas muito fria, um fenômeno conhecido como supercongelamento.

Esse estado pode facilitar a formação de gelo na superfície do avião, aumentando a aderência do gelo e potencialmente contribuindo para o acidente.

Imagens de satélite e dados climáticos da região onde o voo cruzava, entre o Paraná e São Paulo, confirmam a presença da densa nuvem de fumaça, oriunda das queimadas na Amazônia, combinada com a frente fria que atingia o centro-sul do Brasil.

Segundo Barbosa, “toda a região estava um caos”, e essas condições atípicas podem ter desempenhado um papel crucial no trágico evento.

As autoridades seguem investigando as causas do acidente para confirmar se a interação dessas condições meteorológicas foi de fato determinante para a queda do avião.

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