Protesto contra resort em Torres ganha força com mobilização no Parque da Guarita
Neste sábado (19), moradores, veranistas e entidades ambientais se reuniram em um abraço simbólico no Parque Estadual da Guarita, em Torres.
A manifestação teve como objetivo protestar contra a construção do Guarita Park Home Resort, empreendimento imobiliário que prevê duas torres de 14 andares e 44 metros de altura ao lado do parque natural, gerando críticas pela possível ameaça à paisagem e ao meio ambiente local.
Preservação da Guarita: Ato Pacífico Reúne Comunidade e Entidades Locais
Segundo os organizadores, o ato reuniu mais de 300 pessoas e teve como propósito defender a preservação da paisagem e do meio ambiente em Torres.
Com cartazes e mensagens escritas na areia como “Preserve Torres” e “Preserve a Paisagem da Guarita”, a manifestação foi marcada pelo engajamento pacífico da comunidade.
O biólogo e geógrafo Christian Linck da Luz, presidente da ONG Onda Verde, afirmou que a ação foi emocionante e significativa.
— Foi lindo ver todos reunidos em torno da Guarita. A manifestação contou com uma grande representação das entidades ambientais do Litoral Norte — destacou.
Alexis Sanson, coordenador do projeto Praia Limpa Torres, avaliou a mobilização como um marco para a cidade.
— Esta data entra para a história de Torres. Foi a primeira vez que vimos um movimento comunitário em defesa do Parque da Guarita com essa dimensão. O abraço simbólico é apenas o começo de uma mobilização que vai crescer — afirmou Sanson.
Empreendimento Imobiliário Divide Opiniões e Aguardará Estudos Ambientais
O projeto imobiliário Guarita Park Home Resort é de autoria da construtora R. Dimer e foi protocolado na prefeitura de Torres em maio deste ano.
O plano prevê a construção de duas torres de 44 metros entre as ruas Alfieiro Zanardi, Boa Vista, Araribóia e São Francisco de Assis, no bairro São Francisco.
O novo empreendimento ocupará o terreno onde hoje está o antigo Guarita Park Hotel, que possui apenas três andares.
A prefeitura de Torres confirmou que o projeto segue as diretrizes do novo Plano Diretor, que autoriza edificações na Zona 24 sem limite máximo de altura.
No entanto, estudos de impacto ambiental ainda precisam ser apresentados pela construtora antes da aprovação final.
Em nota oficial, a R. Dimer afirmou respeitar as manifestações, mas garantiu que o projeto será desenvolvido em conformidade com a legislação.
— O empreendimento é sustentável e trará desenvolvimento para o bairro e a cidade. Seguimos trabalhando dentro das normas e com foco nas melhorias para Torres — declarou a construtora.
Críticas e Preocupações com Impacto Ambiental e Urbano
Ambientalistas e moradores temem que o projeto cause impactos negativos à paisagem e ao meio ambiente, além de interferir no planejamento urbano da cidade.
A proposta gerou preocupações com a preservação do Parque da Guarita, que é considerado um símbolo turístico e ambiental do município, tendo sido idealizado pelo ambientalista José Lutzenberger.
O movimento contra o projeto promete novas mobilizações, reforçando que o abraço simbólico foi apenas o início de um esforço contínuo pela proteção do meio ambiente em Torres.
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