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Foto: Marinha do Brasil - Resgate no Rio Grande do Sul
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Enchente no RS: desabrigados sofrem em abrigos quentes e sem ventilação

Após a enchente devastadora de maio de 2024, quase 1,7 mil pessoas no Rio Grande do Sul seguem desabrigadas, vivendo em abrigos improvisados em 21 cidades do estado.

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A maior parte dessas pessoas continua em Centros Humanitários de Acolhimento (CHA), administrados pela Agência de Migração da ONU (OIM), enfrentando condições difíceis.

Dados da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social indicam que 1.667 pessoas ainda estão em 34 abrigos temporários.

Porto Alegre e Canoas abrigam o maior número de desabrigados, com 372 pessoas no Centro Humanitário Vida, na Zona Norte da Capital, e outras 488 em dois centros em Canoas.

Esses abrigos contam com serviços como lavanderia coletiva, berçário, fraldário, espaços de convivência e policiamento.

No entanto, os locais apresentam falta de ventilação e calor intenso, problema que afeta principalmente o CHA Vida, onde a estrutura de lona agrava o desconforto térmico.

Lorena da Cruz Gomes, de 66 anos, uma das desabrigadas, descreve o impacto emocional da situação. Moradora da Ilha das Flores, ela perdeu a casa na enchente e, desde julho, vive no CHA Vida.

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“Pensava que era temporário, mas a espera se estende e a convivência fica cada vez mais difícil. Sinto falta da minha rotina”, relata. Lorena fez amizade com Flávia Bevilaqua Lobo, de 61 anos, moradora de Sarandi, que aguarda ser incluída em um programa habitacional. Flávia perdeu sua casa e, mais tarde, a única filha em um acidente, vivendo hoje em uma situação de luto e grande sofrimento.

Os desabrigados enfrentam, além dos desafios emocionais, problemas com o calor, já que o local não tem janelas ou ventiladores.

A falta de circulação de ar nos dormitórios e nas áreas de convivência aumenta o desconforto. “Não tem ventilação nem tomadas nos dormitórios. Como vamos dormir num ambiente tão quente? Com problemas de saúde, o calor me faz passar mal”, diz Flávia.

Outro morador, Taciano Carvalho da Silva, de 28 anos, que espera documentos para receber uma casa, vive em um dos dormitórios com sua mãe e irmãos. “Há poucos dias colocaram um bebedouro aqui, mas ainda falta ventilação”, desabafa.

Massagem

Em resposta às queixas, o governo do estado, em parceria com a OIM, anunciou medidas para amenizar o calor nos CHA.

Exaustores começarão a ser instalados na próxima semana e ventiladores estão em processo de aquisição. Além disso, planeja-se a instalação de dutos de refrigeração nos próximos meses.

O vice-governador Gabriel Souza garantiu que os centros de acolhimento continuarão em funcionamento até que todas as famílias sejam contempladas com uma nova moradia.

O governo federal promete entregar uma nova casa para cada família das faixas 1 e 2 do programa Minha Casa, Minha Vida que teve a residência destruída.

Mas, até o início de novembro apenas 400 casas foram entregues, embora a meta seja de 17,3 mil novas unidades habitacionais.

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O governo do estado também vem entregando moradias provisórias, com um total previsto de 500, das quais 212 já foram concedidas.

Além disso, 648 casas permanentes serão construídas para os desabrigados, com entrega prevista para 2025.

Mesmo em cidades do interior, como Encantado e Canela, entre 50 e 150 pessoas ainda permanecem desabrigadas, aguardando soluções habitacionais.

A enchente histórica do Rio Grande do Sul deixou marcas duradouras para milhares de famílias, que ainda sofrem com a perda de suas casas e enfrentam desafios diários nos abrigos temporários.

A esperança de um novo lar e o apoio contínuo são essenciais para que essas pessoas consigam recomeçar suas vidas em segurança e dignidade.

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