PC conclui investigação na morte de Alessandra Dellatorre
Morte de Alessandra Dellatorre | Após dois anos de investigações, a Polícia Civil concluiu que a advogada Alessandra Dellatorre, de 29 anos, desaparecida desde julho de 2022 em São Leopoldo, não foi vítima de crime.
Seus restos mortais foram encontrados no último mês em uma área de mata, em Sapucaia do Sul, confirmados pela perícia como sendo da jovem.
O desaparecimento gerou mobilização social e intensa investigação. Alessandra saiu de casa sozinha, deixando celular e documentos, para uma caminhada.
Câmeras de segurança registraram parte do trajeto, onde ela seguia desacompanhada em direção à mata.
Uma testemunha confirmou à polícia ter visto a advogada ingressando na área sozinha, e os registros afastam a possibilidade de qualquer agressão no local.
A perícia do Instituto-Geral de Perícias (IGP) analisou os restos mortais e concluiu que não havia sinais de fraturas ou trincas, afastando hipóteses de violência física.
Além disso, as roupas encontradas no corpo de Alessandra não apresentavam vestígios de sangue, reforçando que ela não foi atingida por golpes ou agressões sexuais. Mesmo após análises minuciosas das vestes e do local, nenhum indício de crime foi identificado.
A Polícia Civil trabalhou com três hipóteses principais: mal-estar físico durante a caminhada, suicídio ou crime violento.
A última foi descartada completamente pela investigação.
No entanto, devido ao tempo transcorrido entre a morte e a descoberta da ossada, a causa exata da morte não pôde ser determinada.
Segundo os laudos periciais, os restos mortais já estavam em estado avançado de decomposição, impossibilitando conclusões definitivas.
Durante a investigação, a perícia analisou uma garrafa descartada por Alessandra, encontrada pelo pai dela com base em imagens de câmeras de rua.
O exame identificou a presença de Venvanse, medicamento utilizado para TDAH, e uma bebida energética com cafeína.
Não foi possível determinar a quantidade das substâncias, mas a mistura pode ter influenciado no comportamento da advogada.
A Polícia Civil destacou que Alessandra apresentava vulnerabilidade psicológica e emocional.
O relatório final, com mais de 850 páginas, aponta que a jovem faleceu provavelmente devido a comportamento de risco, agravado pelo uso de substâncias, desorientação e fadiga durante a longa caminhada na área de mata.
Os principais acontecimentos
1. Desaparecimento: Alessandra Dellatorre saiu de casa para caminhar, deixando celular e documentos. A família registrou o desaparecimento ainda no mesmo dia, relatando seu estado emocional frágil.
2. Mobilização: Familiares e amigos realizaram campanhas, espalharam cartazes e ampliaram as buscas para outros estados. A família contratou investigadores particulares em busca de pistas.
3. Garrafa analisada: Uma garrafa plástica encontrada indicou substâncias compatíveis com Venvanse e energético, elementos que podem ter contribuído para a desorientação da advogada.
4. Restos mortais: A ossada foi localizada por militares em junho deste ano, confirmada como de Alessandra após exames periciais. A área já havia sido vasculhada anteriormente sem sucesso devido à vegetação densa.
5. Conclusão da investigação: A Polícia Civil descartou crime, baseando-se em laudos que indicam ausência de violência física e sexual. A causa da morte permanece indeterminada, mas aponta para desorientação e fatores emocionais.
6. Homenagens: A família realizou o velório e missa em homenagem à advogada. Eduardo Dellatorre, pai de Alessandra, emocionou ao pedir que as famílias valorizem cada momento juntas.