“Eu não sou uma assassina”: o que dizia a carta deixada por Deise Moura dos Anjos
A carta de Deise Moura dos Anjos, encontrada na cela onde a suspeita foi achada sem vida na última quinta-feira, em Guaíba, trouxe revelações impactantes.
Investigada por envenenar um bolo que resultou na morte de três pessoas, a mulher de 42 anos deixou mensagens escritas, agora analisadas pela Polícia Civil.
Além da carta, uma camiseta com um recado escrito à mão também foi apreendida no local.
Os agentes da Delegacia de Polícia de Guaíba apuram o conteúdo dos materiais deixados por Deise.
Segundo os investigadores, a carta seria uma espécie de desabafo, onde a detenta fez um apelo por compreensão e abordou questões conjugais.
O divórcio, solicitado por seu ex-companheiro, teria sido um dos fatores que agravaram seu estado emocional.
A mensagem escrita na camiseta reforça a versão de inocência sustentada por Deise.
No texto, a mulher também atribuiu a terceiros a responsabilidade por seu sofrimento emocional, mencionando sua luta contra a depressão.
“Eu não sou uma assassina. Sou apenas uma pessoa fraca e com depressão por tanto sofrer nessa vida e pagar pelos erros e ingratidão dos outros”, escreveu ela.
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Segredo na cela: a rotina de Deise Moura antes de ser encontrada morta
A rotina de Deise Moura dos Anjos, 42 anos, na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, foi detalhada pela Polícia Penal nesta quinta-feira (13), após a mulher ser encontrada morta dentro de sua cela.
Deise estava presa preventivamente desde 5 de janeiro, suspeita de envenenar farinha com arsênio, causando a morte de três pessoas após a ingestão de um bolo feito com o ingrediente contaminado.
A detenta foi encontrada com sinais de enforcamento, mas a Polícia Penal evitou divulgar detalhes sobre as circunstâncias do ocorrido, alegando que a investigação segue sob responsabilidade da Polícia Civil.
Isolamento Total e Rotina na Cela
Transferida do Presídio Estadual Feminino de Torres para Guaíba no dia 6 de fevereiro, Deise ficou em cela individual e sem contato com outras presas.
Conforme a Polícia Penal, sua rotina não diferia da de outras detentas isoladas.
Ela recebia alimentação do Estado, tinha direito ao banho de sol diário e acessava serviços garantidos pela Lei de Execução Penal, mas em espaços e horários que asseguravam sua segurança.
A cela era equipada com cama, vaso sanitário, chuveiro e pia.
Os pertences pessoais de Deise se limitavam a uniforme prisional, roupas de cama, livros, cartas e itens de higiene sem potencial de risco.
Monitoramento Contínuo e Segurança Carcerária
A inspeção das condições da cela de Deise seguia o padrão de outras unidades prisionais. Agentes realizavam conferências periódicas ao longo do dia, além de revistas diárias.
A Polícia Penal garante que a segurança do local seguiu todos os protocolos estabelecidos.
Segundo a instituição, não houve falha no monitoramento da presa.
O protocolo de segurança foi seguido rigorosamente, incluindo a decisão de mantê-la em cela individual, distante de possíveis ameaças.
Deise Moura Sofria Ameaças?
A suspeita foi transferida de Torres para Guaíba devido a ameaças de outras presas.
No entanto, não há registros de que tenha enfrentado riscos semelhantes na nova unidade, pois não teve contato direto com outras detentas.
Relembre o Caso: O Bolo Envenenado
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Em 23 de dezembro de 2024, sete pessoas da mesma família participaram de um lanche em Torres.
Seis passaram mal após consumir um bolo feito com farinha supostamente envenenada. Três mulheres morreram em poucas horas devido à intoxicação.
As vítimas fatais foram:
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- Tatiana Denize Silva dos Anjos
- Maida Berenice Flores da Silva
- Neuza Denize Silva dos Anjos
Deise Moura, casada com o filho de Zeli dos Anjos (que preparou o bolo), tornou-se a principal suspeita após a investigação policial.
Exumação do Corpo do Sogro
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A polícia também apurou a morte de Paulo Luiz dos Anjos, sogro de Deise, que faleceu em setembro de 2024.
Inicialmente, o óbito foi atribuído a uma infecção intestinal, mas a exumação revelou envenenamento por arsênio.
Compra do Arsênio Pela Internet
As investigações dizem que Deise adquiriu arsênio quatro vezes em quatro meses.
O veneno foi entregue pelos Correios e documentos das compras estariam armazenados em seu celular.
A Contaminação da Farinha
A polícia acredita que a farinha utilizada no bolo foi envenenada quase um mês antes do crime.
No dia 20 de novembro, Deise teria visitado Arroio do Sal, data na qual o veneno pode ter sido adicionado ao ingrediente.
“As evidências apontam que a suspeita esteve em Arroio do Sal em 20 de novembro e, nesse dia, pode ter ocorrido o envenenamento da farinha usada no bolo consumido em Torres“, afirmou o delegado Marcos Vinícius Veloso.
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