Da Série Paradoxos do Brasil
Temos a miséria da fome que, independente da ação política, da Bolsa Família, castiga milhões de brasileiros de norte a sul.
Temos a miséria que se estampa na vida que levam os que não possuem roupas para cobrir seus corpos e não tem um catre onde possam dormir e amargam seus sonos ausentes de sonhos, nas platibandas dos edifícios ou sob o teto das pontes, ou simplesmente ao rigor do tempo sob ação das invernias ou dos mormaços.
Temos a miséria daqueles que, no campo, com a enxada abrem as covas onde plantam sementes que não brotam.
Temos a miséria do MST que transformou-se, de Movimento Social com simpatia nacional, em instrumento político de ocupação e destruição de bens produtivos particulares. E age impune, em todo o território nacional subvencionados por verbas extraordinariamente altas.
Temos a miséria daqueles que, verdadeiramente, trabalhadores rurais, de mãos calejadas e filhos famintos, querem um quinhão da terra nacional para produzirem, honestamente, o pão com que saciarão as fomes de suas famílias. E esta terra não lhes chega por falta vergonhosa de políticas públicas capazes de resolver o problema que Portugal nos criou com as Capitanias Hereditárias.
Temos a miséria cultural que se reflete nas escolas particulares e privadas onde o aluno de todos os níveis ocupa um espaço físico mas a sua mente não está aberta para receber o conhecimento que os professores, mal pagos e desmotivados tentam, em vão transmitir. Ele acha que é mais importante ouvir e ver os jograis americanos e europeus que, com gritos de guerra, o empurram para uma sociedade e uma cidania de última classe.
Temos a miséria de não termos segurança a nivel estadual, municipal ou federal, capaz de enfrentar a delinquencia e estabelecer um estado de respeito e de amparo aos homens, mulheres, jovens e crianças que encontram em cada esquina uma bala perdida que ceifa-lhes a vida de maneira tragica e impune.
Temos a miséria calamitosa de uma saúde publica incompetente e ineficaz para atender as necessidades daqueles que a procuram e os responsáveis, por ela, vem a televisão e mentem, descaradamente sobre a universalidade do sistema e qualidade do atendimento.
Temos milhões de aposentados que após trinta ou trinta e cinco anos de serviço ativo, tempo este que descontaram para a previdencia sobre déz ou vinte salários, pagando imposto de renda na fonte, e hoje do primeiro ao quinto dia util do mes se vem humilhados em uma fila de banco ou de caixa eletronico para cabisbaixos e mudos, receberem uma aposentadoria reduzida a um décimo da referencia de contribuição com a qual não conseguem manter-se a si e a seus cônjuges e muito menos pagar os remédios que a velhice, agora, lhes exige para acalmar suas dores. Talvez os remédios comprados fiados na farmacia ou com dinherio emprestado, possam acalmar as dores fisicas mas não acabaram suas dores morais.
Estas, somente, a morte lhes dará fim.
Temos a miséria do sistema prisional brasileiro que amontoa infratores e inocentes acorrentados, em celas superlotadas e em containers. Esta miséria extrema e degradadora, ao invés de recuperar o deliquente, minimamente, para sociedade o lança no profundo abismo do crime e da ausencia de humanidade. E neste ambiente, fétido e promiscuo ele arquiteta planos de revanche contra o mundo, quando para ele voltar.
E para justificar os textos da série PARADOXOS DO BRASIL, temos a vergonha miserável estampada em página da Zero Hora de 28.10 que nos informa que a Justiça do Rio Grande do Sul, obrigou a Assembleia Legislativa a pagar os salários para quarenta e um servidores que ganham acima de R$ 22.000,00. Parece que destes servidores 28 são aposentados. Que dirão os miseráveis do Inss que recebem R$ 465,00 por mes?
Nesta mesma página temos a vergonha miserável de que seis ex-governadores recebem como pensão vitalicia a imprtancia de R$ 22.000,00 em decorrencia de terem sido eleitos pelo povo, remunerados regiamente, para dirigir o Estado do Rio Grande do Sul, por 4 anos.
E o pior: tem algumas viúvas ou concubinas de governadores que recebem o mesmo valor. E tem um governador que abriu mão do valor porque optou por receber a aposentadoria como Senador da Republica. Por ser menor o subsídio,a receber, certamente que não é o motivo da opção. Noticia o ZH, ainda, que está sendo negociada a aprovação de uma lei oriunda do Legislativo que extinguirá a pensão vitalicia dos ex- governadores futuros. Respeitados os direitos adquiridos, é claro !!!
Confirmando a noticia da ZH de 28.10 na edição de hoje, lemos a manchete de que foi dado inicio ao efeito dominó que aumentará os grande salários dos poderes executivos e judiciários, como decorrencia do aumento do Legislativo.
E nesta mesma página, no plano federal, lemos a noticia que os gastos pessoais do palácio do Planalto ultrapassam o valor de 1 milhão de reais por mês. E o que é mais interessante: Estes gastos são secretos e feitos com Cartão de Crédito e nos parece que por serem secretos e não terem qualquer tipo de fiscalização são ilimitados. E podem ser feitos em compras ou sacados em espécie.
E o pior, meus leitores, estará por vir. As vergonhas preliminarmente elencadas ficarão sem solução, porque as vergonhas Administrativas, Politicas e Instituicionais, por último referidas, precisarão de verbas para serem mantidas e de gestores para encherem os bolsos de dinheiro com o imposto usurpado daqueles que trabalham porque acreditam em construir um pais do qual seus pósteros possam orgulhar-se.
Tudo isto para que se jusfique a premissa de que vivemos em um país PARADOXAL!