Porto Meridional: impacto ambiental, prazos e construção
Porto Meridional de Arroio do Sal deu um passo fundamental para sua concretização com a entrega do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA-RIMA) ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na última quarta-feira (12).
O documento detalha os impactos do empreendimento no ecossistema local e as medidas que deverão ser adotadas para mitigar seus efeitos.
Esse avanço permite maior clareza nos prazos e abre espaço para a participação da população no processo.
A coleta de dados ocorreu entre setembro de 2023 e setembro de 2024, abrangendo todas as estações do ano para um diagnóstico completo das variações ambientais.
Após a análise, o relatório foi consolidado e entregue ao órgão ambiental, marcando o início de uma nova fase no licenciamento.
Estudo confirma viabilidade do Porto Meridional
De acordo com a DTA Engenharia, responsável pela assessoria ambiental do projeto, o Porto Meridional é viável do ponto de vista ambiental.
Embora impactos sejam inevitáveis, especialistas afirmam que podem ser compensados ou reduzidos.
O estudo aborda temas como impacto de vizinhança, supressão da vegetação e mudanças na dinâmica dos sedimentos marinhos, um dos pontos mais debatidos por ambientalistas.
Daniel Kohl, coordenador de contratos do Porto Meridional na DTA, destaca que não há obstáculos intransponíveis no projeto.
Sobre a movimentação de sedimentos, Kohl explica que o bloqueio das correntes marítimas naturais pode ser mitigado com a realocação artificial dos sedimentos acumulados, garantindo o equilíbrio ambiental sem inviabilizar a operação.
“Essa questão foi profundamente estudada e há soluções técnicas viáveis para minimizar impactos. O custo é plenamente absorvível dentro da operação do porto”, reforça Kohl.
Impacto no turismo e medidas de segurança
Outro aspecto levantado envolve os possíveis efeitos econômicos sobre o turismo das praias vizinhas, sobretudo em casos de incidentes como vazamentos ou acidentes portuários.
O relatório indica que o projeto inclui um aparato de contenção e protocolos emergenciais para minimizar riscos, assegurando a segurança ambiental e econômica da região.
“A operação terá planos de contingência rigorosos, com medidas emergenciais detalhadas, atendendo aos padrões exigidos pelo Ibama”, acrescenta Kohl.
Próximos passos e previsão para início das obras
Com a entrega do EIA-RIMA, o Ibama tem agora cerca de 30 dias para avaliar se o documento responde a todas as questões inicialmente levantadas.
Após essa etapa, será realizada uma audiência pública para coletar sugestões e críticas da população. Essas contribuições serão analisadas antes da decisão final do órgão ambiental.
Caso a avaliação do Ibama seja favorável, será emitida a Licença Prévia (LP), atestando a viabilidade ambiental do projeto.
Em seguida, a fase de detalhamento técnico levará aproximadamente seis meses, culminando na emissão da Licença de Instalação (LI), que autoriza o início das obras.
Kohl estima que, seguindo esse cronograma, a construção do Porto Meridional poderá começar em 2026.
O complexo portuário será instalado em uma área de 80 hectares e terá capacidade para movimentar até 50 milhões de toneladas de cargas por ano.
As obras, com previsão de duração de 20 meses, devem gerar mais de 2 mil empregos diretos e cerca de 5 mil indiretos, beneficiando diversos setores da economia local.
Impacto econômico e expectativas para a região
O Porto Meridional promete impulsionar a economia da região, fortalecendo a infraestrutura logística do Rio Grande do Sul.
Além de gerar empregos e investimentos, o projeto será um novo polo para o transporte marítimo no sul do Brasil, aumentando a competitividade do estado no cenário portuário nacional.
Com o avanço do licenciamento ambiental e a perspectiva de início das obras em 2026, o Porto Meridional se consolida como um dos projetos mais importantes para o desenvolvimento econômico do litoral gaúcho.
