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Esparta é aqui

Existem momentos em que a vida separa os homens dos meninos, os corajosos daqueles que se deixam levar pelos temores do dia a dia, aqueles que fazem acontecer, daqueles que simplesmente observam a vida passar, assim como um telespectador de uma novela.

Em Esparta, na Grécia antiga, por exemplo, havia um momento fundamental na educação do homem espartano. Eles eram enviados ao exército aos 7 anos de idade, onde eram educados e aprendiam as artes da guerra. No entanto, já aos 12 anos, estes eram abandonados em penhascos sozinhos até seus 18 anos, contando apenas uns com os outros, nus e sem comida, afim de que aprendessem a serem auto-suficientes para que conseguissem sobreviver sem apoio dos seus pais.

Mas não precisa ser nenhum Espartano para enfrentar situações que exigem de nós certa audácia e coragem, não é mesmo? Numa alusão à clássica história judaica, da trajetória do rei Davi: quantos Golias enfrentamos todos os dias? Muitas vezes, com uma pequena funda na mão temos que derrubar um gigante. Enfim, até aqui provavelmente você já tenha imaginado alguma situação que tenha enfrentado, na qual necessitou desse espírito guerreiro para superar. Uma entrevista de emprego, um vestibular, uma notícia de alguma doença, enfim, vários poderiam ser esses gigantes.

Mas vejamos por outra perspectiva. Caso não existissem esses desafios como seríamos testados e aprovados? Será que viveríamos sem o sentimento de satisfação após vencermos um desafio? Eu digo que não! Não queremos apenas ver a banda passar, queremos interagir e mostrar que somos capazes de ultrapassar os obstáculos postos a nossa frente. Da mesma forma o obstáculo quase que psicológico dos 70 mil pontos se coloca perante o nosso Ibovespa.

Esta semana vimos indicadores positivos no âmbito internacional. Durante a semana tivemos informações de que as exportações e as importações da China cresceram fortemente em fevereiro, tivemos a queda das preocupações com a situação da Grécia; dados positivos vindos do varejo norte-americano, ainda que por lá a confiança do consumidor se mostre abalada, segundo dados da pesquisa de sentimento do consumidor americano.

Ainda assim nossa bolsa, calcada no bom momento do mercado interno, mostra força e por isso podemos acreditar que ela não se acovardará perante esse desafio.

Parece que o Brasil é esse jovem que cansou de ser emergente e de ser uma eterna promessa, ele flerta com a possibilidade de ingressar no time titular.

Já enfrentamos muitos desafios econômicos e políticos, o que nos tornou muito fortes. Auto-suficiência em uma economia globalizada é um termo ultrapassado, por isso este não é nosso objetivo. Nosso objetivo é conquistar territórios, por isso vemos empresas brasileiras em diferentes setores se internacionalizando, comprando empresas em diferentes mercados, competindo fortemente em mercados consolidados.

Para os mais céticos, posso citar setores como a mineração, petróleo, petroquímico, papel e celulose, alimentos, agrícola, entre outros; e isso só para não deixar passar em branco. Estes exemplos corroboram com a tese de que temos tomado decisões que nos tornam homens e não ratos. E isso logo, logo resplandecerá em outra de nossas armas, o mercado de capitais.

Avante Ibovespa, vamos ultrapassar estes 70 mil pontos!

William Castro Alves

Analista da XP Investimentos

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