O crescente papel dos animais de estimação como membros integrais das famílias brasileiras evidencia uma nova dinâmica de cuidado. De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria Veterinária (Sindan), o mercado pet deve crescer 15% em 2025, reforçando uma mudança na forma como os tutores se relacionam com os animais e assumem a responsabilidade pelo seu bem-estar.
Nesse contexto, os check-ups de rotina são aliados fundamentais na prevenção de doenças e na promoção de uma vida longa e saudável para os animais. Segundo Nathalia Zini, especialista em comportamento animal da Namu, plataforma de saúde e bem-estar, eles permitem que a equipe veterinária identifique mudanças sutis na saúde dos pets e aja precocemente.
“Durante essas consultas, o profissional pode solicitar exames físicos, revisar o histórico médico do pet e fazer perguntas sobre seu comportamento e rotina diária. Ele também pode recomendar exames ou tratamentos adicionais, se necessário”, explica.
Abaixo, Nathalia Zini lista 6 motivos para manter o check-up dos animais em dia. Confira!
1. Detecção precoce de alterações comportamentais
Comportamentos como preguiça, irritação ou uma mudança de hábitos alimentares podem indicar que algo está errado. A orientação é que se anote qualquer mudança estranha no comportamento do pet. Na hora da orientação, essas informações fazem toda a diferença. “O olhar clínico do veterinário ajuda a identificar causas físicas ou emocionais antes que o quadro evolua”, explica Nathalia Zini.
Com a correria do dia a dia, é comum que certos comportamentos dos pets passem despercebidos. Alterações na rotina, como mudanças na alimentação, pouca ingestão de água ou o fato de o animal já ser naturalmente mais tranquilo e pouco ativo, podem dificultar a identificação de sinais de que algo não vai bem. Além disso, é importante lembrar que nem todos os pets demonstram alterações de comportamento de forma evidente.
2. Prevenção de doenças silenciosas
Muitas doenças em pets não apresentam sintomas visíveis nos primeiros estágios. O acompanhamento permite o diagnóstico precoce de problemas renais, cardíacos, hormonais e até câncer. Com o check-up é possível descobrir com antecedência caso o animal esteja com alguma enfermidade silenciosa.
3. Controle de peso e nutrição adequada
A obesidade animal é um problema crescente e pode levar a doenças articulares, diabetes e menor expectativa de vida. Consultas regulares permitem ajustes na dieta conforme a fase da vida do pet. Para avaliar se o pet está magro, com sobrepeso ou obeso, os médicos-veterinários utilizam o Escore de Condição Corporal (ECC), método baseado na inspeção e palpação de regiões estratégicas do corpo do animal. Outra forma de análise é o cálculo da porcentagem de gordura, em que, a partir de determinadas medidas, os pets são considerados obesos quando esse índice ultrapassa 25%.
“Uma dica: a balança pode ser mais importante do que o tutor imagina. Com isso, é possível aproveitar para conversar sobre alimentação adequada para a idade e o estilo de vida do pet“, ressalta Nathalia Zini. Quilinhos a mais não são sinais de fofura. Animais obesos enfrentam sérios problemas que exigem cuidados e prevenção.
4. Vacinação e vermifugação em dia
Consultas de rotina são importantes para acompanhar a saúde e manter o calendário vacinal do pet em dia. Essas visitas permitem garantir que todas as vacinas estejam atualizadas, prevenindo doenças graves como cinomose, raiva e leptospirose. “É recomendado ter uma lista com as vacinas já aplicadas e perguntar se há algo novo ou reforço necessário”, explica a profissional.
Os animais com mais de 4 meses devem receber anualmente o reforço das vacinas. Além das vacinas prioritárias, o médico-veterinário também pode indicar outras específicas, dependendo do histórico do animal e da região em que vive.
5. Mais longevidade e bem-estar
Animais acompanhados de perto tendem a viver mais e com mais qualidade. A prevenção é sempre a melhor escolha, pois aumenta significativamente as chances de cura, preserva a saúde e assegura uma vida mais equilibrada, promovendo o bem-estar dos pets.
“Quando o tutor investe em prevenção, evita sofrimento para o pet e surpresas indesejadas no futuro”, reforça Nathalia Zini, que completa: “O tutor deve marcar o check-up como parte do calendário da família. Pode ser uma vez ao ano ou conforme a necessidade, mas não deve deixar passar”.
6. Acompanhamento de condições crônicas
Pets com doenças como diabetes, alergias ou problemas de pele precisam de acompanhamento veterinário contínuo, pois a assistência auxilia no tratamento e evita complicações. “O tutor não deve esperar uma crise para buscar ajuda. Às vezes, pequenas mudanças no dia a dia fazem toda a diferença”, alerta a especialista.
Por Mayara Sakumoto