Assim como os humanos, cães e gatos também podem precisar de transfusão de sangue para sobreviver a diversas emergências. Segundo a médica-veterinária Mariana Belloni Teixeira, coordenadora do curso de Medicina Veterinária da faculdade Anhanguera, trata-se de um procedimento seguro e fundamental em casos específicos.
“A transfusão pode ser necessária quando o animal sofre uma grande perda sanguínea, como em casos de atropelamento, anemias severas, intoxicações ou doenças infecciosas, como a erliquiose (doença do carrapato). O sangue doado pode literalmente salvar uma vida”, explica.
Processo de transfusão de sangue
Antes da transfusão, o veterinário realiza exames laboratoriais para confirmar a real necessidade e determinar o tipo sanguíneo do animal, já que cães e gatos possuem tipos diferentes de sangue, e a compatibilidade é fundamental para evitar reações adversas.
O processo de transfusão em pets é muito semelhante ao dos humanos, com etapas essenciais. “Inicialmente, é feita a identificação da necessidade do procedimento por meio de exames clínicos e laboratoriais, seguida da tipagem e testes de compatibilidade. Nos cães, são identificados antígenos como DEA 1.1; nos gatos, os tipos mais comuns são A, B e AB. Um teste cruzado também é feito para evitar rejeição. O passo seguinte é a coleta do doador, realizada por punção da veia jugular”, explica a veterinária Mariana Belloni Teixeira.
A especialista aponta que, em média, um cão pode doar até 450 ml de sangue, e um gato, cerca de 50 ml. O sangue é administrado lentamente por via intravenosa, com acompanhamento clínico constante para evitar reações adversas.
“Durante o processo, é feito monitoramento da temperatura, frequência cardíaca e pressão arterial do animal receptor. Sinais como vômitos, tremores ou alterações na respiração devem ser observados, já que podem indicar uma reação transfusional”, explica a veterinária.
Critérios para o animal doar sangue
Para garantir a segurança do procedimento, os animais doadores devem seguir alguns critérios:
Cães
- Ter entre 1 e 8 anos;
- Pesar mais de 25 kg;
- Estar com as vacinas e vermífugos em dia;
- Ser dócil e saudável, sem doenças infecciosas ou crônicas;
- Fazer exames laboratoriais antes de cada doação.
Gatos
- Ter entre 1 e 7 anos;
- Pesar mais de 4,5 kg;
- Ser FIV (Vírus da Imunodeficiência Felina) e FeLV (Feline leukemia virus) negativos;
- Estar com controle parasitário em dia;
- Ser tranquilo e habituado ao manuseio.
A doação de sangue não traz riscos ao doador quando feita com os devidos cuidados. O animal é liberado após a coleta e pode voltar à rotina normal no mesmo dia.
Por Camila Crepaldi