R$ 5 bi para as ferrovias no Sul: o segredo por trás do maior investimento da década!

Ferrovias no Sul do Brasil receberão R$ 5 bilhões em 2027 com fim da concessão da Malha Sul. As ferrovias no Sul do Brasil estão prestes a receber um significativo…
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Ferrovias no Sul do Brasil receberão R$ 5 bilhões em 2027 com fim da concessão da Malha Sul.

As ferrovias no Sul do Brasil estão prestes a receber um significativo impulso financeiro: um investimento bilionário estimado em R$ 5 bilhões será destinado à infraestrutura ferroviária dos estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná a partir de 2027.

A quantia será paga pela concessionária Rumo Logística ao término de seu contrato com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que se encerra em fevereiro daquele ano.

Esse aporte está vinculado a uma norma do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), que determina que toda concessionária ferroviária, ao encerrar sua atuação, deve devolver os trechos operados em condições compatíveis com o estado em que os recebeu, levando em consideração a depreciação natural do tempo.

Um inventário detalhado será realizado em conjunto pela Rumo e pela ANTT, com auditoria de uma empresa independente, a fim de determinar o valor exato a ser pago.

A definição sobre como e onde o montante bilionário será investido está nas mãos de um grupo de trabalho do Ministério dos Transportes.

Entre as alternativas em análise, está a possibilidade de renovação do contrato com a própria Rumo, desde que ela aplique os recursos diretamente em melhorias na malha ferroviária.

Outra hipótese envolve a realização de um novo leilão de concessão, com a verba sendo incorporada ao novo contrato.

Importante destacar que o governo federal não está legalmente obrigado a aplicar o valor especificamente nas ferrovias do Sul.

Ferrovias no Sul do Brasil e o impacto das enchentes

Atualmente, a malha ferroviária do Rio Grande do Sul encontra-se em estado crítico.

Dos 3,8 mil quilômetros originais concedidos à iniciativa privada em 1997, restam apenas cerca de 1,6 mil em operação.

Após a enchente histórica de maio de 2024, apenas 921 quilômetros seguem ativos, com o restante comprometido ou sem uso.

As operações ferroviárias continuam, porém, em trechos como o que liga Ijuí ao porto de Rio Grande, com transporte regular de cargas como soja, trigo, farelo e fertilizantes.

Apesar da tragédia ambiental, os danos causados pela enchente não serão contabilizados no valor da devolução da concessão, pois o episódio é classificado como caso fortuito ou de força maior.

Essa diferenciação exige tratamento separado por parte do governo federal.

O setor ferroviário foi, inclusive, o único modal de transporte que não recebeu repasses emergenciais após os estragos provocados pelas inundações.

O governo ainda avalia se a verba prevista para 2027 poderá ser usada na reconstrução de pontes e trilhos danificados ou se será tratada como investimento futuro vinculado a uma nova licitação.

Histórico da concessão

A concessão da Malha Sul teve início em 1997, com a América Latina Logística (ALL) assumindo o controle da rede ferroviária do Rio Grande do Sul.

Posteriormente, a ALL foi incorporada pela Rumo Logística, atual administradora da malha.

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A Malha Sul totaliza hoje 6,5 mil quilômetros de trilhos, abrangendo também os estados de Santa Catarina, Paraná e uma pequena extensão em São Paulo.

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