Preço do café moído sobe mais de 101,68% no RS em 12 meses e consumidores mudam hábitos para não abrir mão da bebida
De acordo com os dados divulgados pelo IPCA-15 — Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 —, que serve como prévia oficial da inflação, o preço do café moído subiu expressivos 101,68% no acumulado de 12 meses encerrados em maio, na Grande Porto Alegre.
Dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) reforçam a mudança.
Em abril deste ano, as vendas de café no varejo brasileiro caíram 15,96% em comparação ao mesmo mês de 2024.
No acumulado do quadrimestre, a retração foi de 5,13%.
Essa queda coincide com o aumento do preço médio do produto nas prateleiras.
O valor do quilo de café no varejo saltou de R$ 32,90 em março de 2024 para R$ 64,80 em 2025, mais que o dobro em apenas um ano.
A crise no setor também se reflete nas cafeterias e na indústria de cafés especiais.
Donos de estabelecimentos têm enfrentado dificuldades para manter preços competitivos diante da alta dos insumos.
A redução no consumo e a necessidade de adaptação de cardápios e ofertas são sinais claros de que o cenário ainda é instável.
Segundo Pavel Cardoso, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), a expectativa com a safra de 2025 é moderada.
Ele afirma que não haverá colheita suficiente para compensar os prejuízos acumulados dos últimos anos, o que deve manter o mercado sujeito à volatilidade.
Apenas em 2026 há projeção de melhora no abastecimento, mas sem expectativa de grandes reduções nos preços do café.
Preço do café moído sobe mais de 100%: como driblar os preços?
O cenário de instabilidade no setor cafeeiro é reflexo de uma cadeia produtiva afetada por fatores climáticos, custos de produção e oscilações no mercado internacional.
Mesmo diante da disparada nos preços, o brasileiro ainda não abandona a bebida.
O que se observa é uma mudança de comportamento, com trocas de marcas, ajustes no consumo e busca por promoções para driblar a inflação.