Você sempre consegue dizer o que pensa de verdade?
Mas nem sempre conseguimos falar exatamente o que pensamos porque nem sempre a nossa verdade é a verdade do outro. Então as coisas começam a ficar complexas. Porque percebemos que há diferentes pontos de vista, e que nem sempre sabemos o que é a verdade. Muitas verdades (para não dizer todas) são relativas.
Quando crianças falamos o que pensamos. Quando crescemos nos tornamos socialmente mais hábeis e mais sensíveis. Percebemos que muitas vezes é melhor não dizer o que pensamos, por respeito pelo outro, por consideração, e que isso não é necessariamente mau. Toda a etiqueta se baseia nesta capacidade de não dizer certas verdades, ou dizê-las de formas eufemísticas.
Com o passar do tempo nos damos conta de que, ter a boca muito perto do coração nem sempre é a melhor politica. Que aquelas pessoas que dizem (sou muito franca), digo tudo o que penso, muitas vezes são cruéis e insensíveis e que isso não é lá muito bom. Muitas vezes ao ficarmos aborrecidos despejamos palavras como se fossem pedras, sem nos importar com o tamanho das feridas que podem ser abertas em quem estão sendo lançadas. Pensamos muito em nosso próprio umbigo, lembramos que nosso sentimento foi ferido, mas não nos preocupamos em não ferir o sentimento do outro.
Gera-se assim, um grande dilema, entre dizer sempre todas as (nossas) verdades a todas as pessoas em todas as circunstâncias, e uma certa (avaliação de danos), uma escolha entre um mal menor, que é uma pequena falta à verdade ou uma pequena crueldade. E se há verdades, que, por mais que doam, têm que ser ditas, outras há que não trazem bem a ninguém. Fica assim a dúvida de que verdades podemos e devemos dizer e quais calar.
Parece-me que, uma mentira de conveniência é, em princípio, uma coisa má. O mentir para se sair de uma enrrascada. Já, quando a omissão é feita pensando num bem-maior, pode ser a melhor coisa a fazer. A frase, eu sou assim e penso isto, ou dizer coisas sem conveniência nem sensibilidade, não é honestidade de forma alguma. Honestidade talvez seja, uma postura geral de respeito pela verdade e da sua valorização nas circusntâncias concretas de cada situação.
O mais importante é sermos capazes de equilibrar esta ponderação em cada situação como um meio para não dizer as nossas verdades, mas sim, encontrarmos uma forma de dizer o que pensamos sem no entanto ferir, magoar, ou criar conflitos desnecessários. E, na minha forma de pensar, acho que devemos dizer sim, o que pensamos sempre. Acredito que seja desta forma que mostramos quem realmente somos e evoluímos como seres pensantes, apesar de tudo.
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