7 de Setembro de 2010
A frase, em si, já traz um determinismo ao afirmar que se não obtivéssemos sucesso como pais livre, Portugal produziria a nossa morte, para nos manter colônia.
Ainda bem que dom Pedro I era parente do Rei que permitiu que fôssemos desligados da Coroa, e não morrêssemos. Hoje, 188 anos após o evento, somos um país que emboa tendo soberania territorial, tem relativa soberania política e um povo que ainda está subjugado, à diversos senhores, muito piores que Portugal.
Vejamos, então:
Somos subjugados por uma cultura importada que vai, aos poucos, destruindo as famílias brasileiras, pela falta de autoridade paterna e materna, vencida que foi pela televisão que invade os lares e, em cada um, planta a semente da desídia e da ausência de princípios morais, políticos e sociais;
Estes jovens que não tem mais educação, nos lares, são jogados nas escolas, publicas e privadas, do nível básico ao universitário que não os forma, culturalmente, para serem cidadãos, donos de seus destinos e construtores dos destinos da pátria, mas lhes dá ferramentas, para viverem em uma sociedade que cultiva a concorrência predatória, como meio de buscar realização e sucesso, a qualquer preço;
Somos subjugados pela falta de segurança, falta de saúde, falta de emprego e pela miséria. Em alguns estados ainda temos trabalho escravo. E, o governo ao invés de produzir o desenvolvimento econômico e social que gere riquezas, dá esmolas ao povo, em forma de bolsa família e outras bolsas…E, pior, o povo aceita !!!
Temos déficit habitacional em proporções assustadoras cujos brasileiros que saíram dos campos e, também, oriundos das classes abaixo da linha da miséria das cidades , se aglomeram em favelas periféricas aos núcleos urbanos, em habitações sub-humanas e ai, vivem uma existência sem classificação de cidadania, onde não se apresentam quaisquer condições favoráveis que possam desviá-los do estado de necessidade, do crime e da delinqüência. Isto acontece em todos os municípios brasileiros, sem exceção;
Somos subjugados, pela drogatização de nossos jovens, adultos e velhos. Não temos uma política que, a curto prazo, aponte soluções. Nas metrópoles brasileiras, os soldados do tráfico enfrentam com armas de primeiro mundo, as nossas forças públicas que, recebendo salários miseráveis portam armamentos obsoletos, do século passado;
Somos subjugados por um sistema financeiro maldito que remunera a poupança nacional a 0,60% e cobra de trabalhadores e empresários taxas que variam de 8% a 10% ao mês. Este sistema, que destrói quem trabalha e quem produz é mantido, há anos, em troca das polpudas contribuições que faz para a classe política nacional;
Esta mesma classe política se perpetua, secularmente, nos cargos públicos e quer por ausência de renovação dos titulares ou quer pela existência de um sistema que a alimenta, tudo pode e tudo faz;
E em tudo podendo e tudo fazendo cria condições para que, embora mudando os personagens, a peça política e social brasileira se apresente todos os dias, sem alterações de texto ou roteiro, no cenário nacional;
Esta classe política tem atores bons, é claro. Mas nos parece que existe um sistema virtual que os envolve e se não os faz coniventes com o texto da peça e com os demais atores, os faz silenciosos e criminosamente omissos, ante a calamidade da política nacional;
E paro por aqui. O espaço fica pequeno para que possa dissertar sobre o tamanho de nossa subjugação. Acho, todavia, que as razões acima expostas, mesmo que resumidas, são suficientes para compreendermos porque não temos nada a comemorar, neste dia 7 de setembro de 2010.