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Marrecos de pequim fazem a limpeza das lavouras de arroz em Torres

A paisagem do interior de Torres está mudando. Os marrecos de pequim já são vistos iniciando o trabalho de limpeza da resteva de arroz. A partir deste mês cerca de 30 mil marrecos serão soltos nas áreas destinadas ao plantio da safra 2009/2010 de Torres e municípios vizinhos, segundo estimativa da Secretaria da Agropecuária e da Pesca de Torres. Além da Prefeitura, os produtores recebem o apoio da Emater/RS e do Instituto Riograndense do Arroz (Irga) de Torres para desenvolver o consórcio da lavoura de arroz com marreco de pequim.

A boa produtividade das lavouras de arroz de Torres é atribuída ao cultivo integrado com a criação de marreco de pequim e ao uso da semente pré-germinada. Este ano a produtividade foi de 148/150 sacas por hectare. A ave foi introduzida no manejo da lavoura em 1998 para controlar o arroz vermelho, a erva daninha que se constitui na principal invasora da cultura. E também se mostrou eficiente no combate de pragas como o caramujo, os percevejos e a bicheira-da-raiz, além de apresentar outros benefícios. “O marreco de pequim elimina 98% do banco de arroz vermelho; acaba com o uso de inseticidas; reduz o uso de herbicidas e ainda fertiliza naturalmente o solo”, comenta o presidente da Cooperativa Agropecuária do Rio Verde, a Cooperverde, Jairo Luiz dos Santos Matos.

Os marrecos de pequim são colocados na lavoura após a colheita do arroz irrigado, permanecendo até a época do plantio. Assim, na entressafra do cereal, os produtores lucram com a comercialização da carne e dos ovos de marreco, agregando mais renda à propriedade rural. Segundo a produtora Liége Matos, da localidade de Rio Verde, que faz a recria de filhotes de marreco de pequim, a procura está grande. No ano passado ela entregou 14 mil filhotes e este ano já tem pedidos para 20 mil.

Ela recebe o filhote com um dia de vida, faz a recria, e entrega aos produtores com sete dias. “Essa é a fase mais crítica e eles precisam de muitos cuidados, como água e comida farta, um local seco e com temperatura de 36 a 38 graus”, esclarece. Já o produtor de arroz mantém os filhotes presos até os 25 dias, quando já estão 80% emplumados e prontos para irem para a lavoura e fazerem o seu trabalho.

Liége também integra o Grupo de Mulheres Agricultoras do Rio Verde, que atua na comercialização da carne de marreco e está se preparando para instalar uma cooperativa de abate de pequenos animais. “Hoje toda a produção de carne e ovos tem colocação no mercado”, festeja a produtora. Segundo ela, a Festa Regional do Marreco de Pequim (Ferema) ajudou a popularizar o consumo. Este ano, a Ferema será realizada nos dias 29 e 30 de novembro.

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