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Onde está a câmera?

Acredito que o investidor deve estar se perguntado: “Onde está a câmera para eu sorrir? Pois o mercado só pode estar de pegadinha!”. A pergunta é mais do que válida, afinal, temos visto uma indefinição muito grande nos últimos meses. A Europa, atriz principal desta peça dramática, a cada dia, traz uma surpresinha. Depois da Grécia, veio a Itália e já foram citadas na mídia Espanha e França. Opa, como assim França? Sim, França. É bem verdade que há uma dose de exagero, mas existe sim, hoje, um receio de contágio geral. Geral? Bem, não se sabe, mas é este o risco que vem apavorando os investidores nos últimos tempos.

Cautela e volatilidade são as duas palavras mais citadas nos textos de analistas, jornalistas, economistas e por aí vai. Também, pudera. Na ausência de um plano concreto para estabilizar a Zona do Euro, a preocupação de que o problema se espalhe mundo afora fica cada vez maior. Ok, muitas reuniões são feitas, mas as medidas efetivas que deverão levar tempo ainda não foram implementadas. E aí o investidor se pergunta: até quando vai isso?

Infelizmente, ninguém sabe. Nem podemos dizer que não existe uma força conjunta para minimizar os danos e evitar o contágio mundial. É notório que autoridades financeiras, políticas e econômicas estão trabalhando fortemente na busca de uma solução. No entanto, os projetos ficam só no plano “espiritual” e o investidor se sente num daqueles climas de sonho: sabe quando você corre e não sai do lugar?

A própria chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse que a Europa pode estar vivendo seu momento mais difícil desde a Segunda Guerra Mundial. Angela disse esta semana temer que o continente fracasse se o euro falhar e prometeu fazer de tudo para impedir que isso aconteça. Opa, mais uma promessa? E mais uma vez o investidor procura a câmera.

Mas e aí, é pegadinha mesmo? Claro que não, pode parecer, mas não é! O mercado financeiro, em especial o de ações, se alimenta disso: fortes emoções e a oscilação das perspectivas econômicas. Por enquanto, vale a ressalva de que não adianta nada se desesperar e acompanhar o movimento de manada de venda de ativos. A fuga para a renda fixa é uma opção e o velho clichê de diversificar os investimentos vale mais do que nunca agora. Além disso, saber a hora de “stopar” (encerrar uma operação que não esteja dando certo) na renda variável pode fazer uma enorme diferença.

Enquanto Angela e cia não sinalizam uma solução concreta, vale a diversificação e a paciência do investidor. Com um cenário externo pessimista e muitas incertezas no radar, fica difícil manter a “sanidade financeira”. O investimento em ações deve ser encarado como um investimento de longo prazo e a diversificação como uma excelente estratégia. Tudo para evitar surpresas infelizes, afinal, se houver uma câmera mesmo, eu quero que ela me pegue sorrindo!

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