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Bachelet vai à TV responder críticas

Às vésperas de deixar o governo, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, foi à televisão para responder críticas que recebeu depois da série de terremotos e tsunamis que atingiram o país desde o último dia 27. A presidente participou do programa As Caras do La Moneda [o palácio do governo do Chile]”, no canal 13, um dos mais populares do país. Com 84% de aprovação popular, Bachelet deixou no ar a possibilidade de disputar as eleições em 2014.

A presidente, que amanhã (11) passa o comando do governo para Sebastián Piñera, negou temer os militares, como informaram alguns veículos da imprensa. Ao ser questionada sobre as falhas no sistema de divulgação de tsunamis, ela disse que servirão para melhorar os serviços no setor.

“Afirmar que eu tenho medo dos militares nas ruas é um absurdo”, afirmou Bachelet, que foi acusada por alguns setores de lentidão ao decidir convocar a presença das Forças Armadas nas principais cidades que se tornaram alvo de saques depois da catástrofe que afetou o Chile.

Em seguida, a presidente acrescentou que “os militares estiveram presentes desde o primeiro momento”. Por sua decisão, 14 mil militares foram convocados para a segurança pública nas principais cidades do país. Segundo os críticos, ela temia que a imagem das Forças Armadas nas ruas fosse associada aos tempos da ditadura chilena.

Ao ser questionada sobre a suposta falha no alerta de tsunamis em três regiões do país, Bachelet reconheceu que será necessário aprimorar o sistema. “Vai ser preciso desenvolver o sistema para melhorar a capacidade de prever esse tipo de catástrofe. Já se sabe dos erros e das dificuldades, mas é preciso seguir adiante”, disse.

Apesar das críticas recebidas por ela e parte de sua equipe, a presidente tentou manter a calma e agradeceu ao apresentador do programa, Mario Kreutzberger, pelo apoio à campanha Chile Ajuda Chile, destinada à  arrecadação de dinheiro em favor das vítimas. Segundo Bachelet, o apresentador merecia receber a medalha destinada apenas aos “heróis democráticos e solidários”.

Até ocorrer a catástrofe, Michelle Bachelet afirmava que iria voltar ao governo, concorrendo às eleições em 2010. Ao ser questionada ontem (9) sobre o que fará depois que deixar a Presidência da República, ela desconversou. Mas deixou no ar a possibilidade de novamente retornar ao Palácio de La Moneda.

“A única coisa que tenho claro é que queria ser útil e quero ajudar com toda a experiência que reuni [no período de quatro anos de governo] e o amor que tenho por todos [os chilenos]”, disse a presidente.

A mãe de Bachelet, Angela Jeria, acompanhou a entrevista da filha. Ao ser questionada sobre o que sentia ao ouvir críticas contra a presidente, a mãe admitiu que tinha raiva.

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