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Justiça argentina dá novo passo para punir crimes da ditadura

Em novo passo para punir crimes de lesa-humanidade cometidos durante a ditatura militar, a Justiça da Argentina começa a ouvir hoje (26) o testemunho de mais de 250 pessoas contra  14 agentes penitenciários que trabalhavam na região de La Plata. Segundo a agência de notícias Telam, eles são acusados de crimes contra os direitos humanos que vitimaram 90 pessoas.

Na terça-feira (20) da semana passada, a Justiça argentina condenou o último presidente militar do país, Reynaldo Bignone, a 25 anos de prisão por crimes de lesa-humanidade durante o período da ditadura. Bignone, de 81 anos, teve a prisão domiciliar revogada e cumprirá a pena em cadeia comum. Mais seis acusados tiveram pena idêntica.

De acordo com a acusação, durante os últimos anos do regime militar argentino, Bignone praticou crimes na guarnição de Campo de Mayo, onde foram instalados centros de tortura e uma maternidade clandestina. O ministro argentino da Justiça, Julio Alak, disse que a condenação de Bignone é um ato exemplar, porque se trata de um dos mais “sangrentos representantes do genocídio ocorrido na Argentina entre 1976 e 1983”.

O Campo de Mayo, disse o ministro, “onde Bignone conduziu práticas atrozes de repressão ilegal, foi, com a Escola de Mecânica da Marinha, um dos maiores centros clandestinos de detenção do regime militar”.

De acordo com Alak, “a condenação de Bignone é um novo e gigantesco passo no caminho da busca da verdade e da justiça, aberto pelo governo argentino a partir da decisão inarredável de terminar com a impunidade no país”.

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