Nações Unidas apelam para fim do preconceito contra homossexuais
Sidibé disse que a homofobia é considerado um dos principais obstáculos à implementação de estratégias de prevenção do vírus HIV. Em um discurso direto, objetivo e claro, o representante da ONU pediu aos governo para que se empenhem na adoção de medidas que garantam o respeito aos direitos humanos e o acesso à prevenção e ao tratamento da doença.
“Apelo a todos os governos para que tomem medidas que eliminem o estigma e a discriminação enfrentados pelos homens que fazem sexo com homens, lésbicas e transgêneros. Os governos também devem criar ambientes sociais e legais que assegurem o respeito pelos direitos humanos e permitir o acesso universal à prevenção, tratamento, cuidados e apoio”, disse Sidibé.
Segundo Sidibé, de 5% a 10% dos casos registrados de contaminação ocorrem em relações sexuais entre homens, mas os percentuais variam de acordo com países e regiões. Porém, lembrou ele, apesar dos dados, os homossexuais masculinos continuam sofrendo discriminação por parte de profissionais de saúde, prestadores de serviços, entidades patronais e forças de segurança.
De acordo com o representante das Nações Unidas, a discriminação impede que os homossexuais masculinos revelem sua verdadeira orientação sexual e que prestem informações aos serviços de combate à Aids/HIV.
“A homofobia é parte significativa da epidemia de HIV [Aids] em todas as regiões do mundo. Apenas um em cada 10 [homossexuais e transgêneros] tem acesso a serviços de prevenção do vírus”, disse o diretor-executivo do Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária.
De acordo com a Unaids, em 17 de maio de 1990, a Assembleia Mundial da Saúde aprovou a 10ª edição da Classificação Internacional de Doenças (CID) estabelecendo que a orientação sexual (heterossexual, bissexual ou homossexual) deixariam de ser “considerada como uma desordem”. Por esse motivo, o Dia Internacional contra a Homofobia é comemorado em 17 de maio.