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Maior parte dos refugiados no mundo é do Afeganistão

Dois terços dos refugiados no mundo são do Afeganistão. Segundo dados do Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (Acnur), 2,88 milhões de afegãos vivem em outro país por sofrerem algum tipo de ameaça em seu país. O dado foi divulgado hoje (15) com base no relatório Tendências Globais 2009.

O segundo maior grupo de refugiados é de iraquianos, 1,78 milhão. Na sequência, vêm os somalis, 678,3 mil; os congoleses (da República Federativa do Congo, na África), 455,9 mil; birmaneses (nascidos em Myanmar, país do Sul da Ásia), 406,7 mil; e os colombianos, 389,8 mil.

No total, são 43,3 milhões de pessoas forçadas a se deslocar de seus países por causa de conflitos e perseguições. É o maior número de deslocamentos forçados desde a metade dos anos 1990. Desses, 15,2 milhões são refugiados, 27,1 milhões são deslocados internos – aqueles que deixam suas casas, mas não saem de seu país – e cerca de 1 milhão deles são solicitantes de refúgio.

Segundo o comissário das Nações Unidas (ONU) para Refugiados, António Guterres, o aumento no número de deslocamentos se justifica pela dificuldade das pessoas em voltar para seus países, diante da continuidade de conflitos ou de processos de perseguição. “Muitos conflitos no mundo continuam como o do Iraque, o do Afeganistão e, por isso, não é possível para a maioria dos refugiados voltar para seus países”, explicou.

No Brasil, há hoje 4.294 refugiados, a maioria de países africanos. Dos 2.789 mil africanos vivendo no país como refugiados, a maior parte é de Angola, 1.688. Segundo Renato Zerbini, coordenador-geral do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), do Ministério da Justiça, o motivo é o fato da costa brasileira ser voltada para a África. “Aqui, chegam muitos navios africanos e há a questão dos conflitos raciais nas últimas décadas, no continente.”

Zerbini informou que o Brasil acolhe, atualmente, refugiados de 76 países. Quando esses refugiados são questionados do porquê procurar o Brasil, eles respondem, de acordo com o coordenador do Conare, que sentem confiança na hospitalidade do povo brasileiro, na liberdade da prática de credos e no respeito às raças.

Na lista de refugiados, no país, seguem, depois dos africanos, os colombianos, 589; os congoleses, 420; os liberianos (nascidos na Libéria, país da África Ocidental), 259; e os iraquianos, 199.

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