Turquia ameaça romper relações diplomáticas com Israel
O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu, disse hoje (5) que o rompimento total das relações só pode ser evitado se Israel aceitar uma investigação internacional independente sobre o ataque aos barcos de ajuda humanitária. “Os israelenses têm opções: ou se desculpar ou permitir uma investigação internacional imparcial e sua conclusão. Senão, nossos laços diplomáticos serão cortados”, ameaçou Davutoglu.
No dia 31 de maio, uma frota foi atacada próxima à Faixa de Gaza. Ativistas políticos tentavam furar o embargo comercial, imposto por Israel aos palestinos, para levar ajuda humanitária a cerca 1,4 milhão de pessoas que vivem na área. Porém, militares israelenses atacaram um dos barcos, de bandeira turca, com a alegação de que a ajuda humanitária não poderia entrar em Gaza. Em protesto, a Turquia suspendeu as relações com Israel após o incidente.
Netanyahu afirmou que não tem motivo se desculpar. Segundo ele, os ativistas foram mortos em uma reação dos militares israelenses que, ao abordar o navio, teriam sido agredidos pelos passageiros. Até recentemente a Turquia, país de maioria muçulmana, era um dos mais importantes aliados de Israel. Mas, desde o ataque, os turcos exigem um pedido de desculpas, a condução de uma investigação independente e também compensação para as famílias das vítimas.
Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou o ataque israelense à frota de ajuda humanitária. Segundo ele, o caso pode ser comparado a ações terroristas. “O Brasil condenou a intervenção em Gaza da mesma forma que condena atos terroristas de qualquer espécie. Consideramos que bloqueios não contribuem para a paz”, disse Lula, no almoço oferecido ao presidente da Síria, Bashar Al-Assad, no Itamaraty.
A Faixa de Gaza está submetida a um severo embargo desde 2007 imposto por Israel. Recentemente, o governo israelense reduziu as restrições autorizando a entrada de alguns tipos de alimentos, roupas e brinquedos.