Mortes por mal de Alzheimer no Brasil crescem mais de 500%
A associação, com sede na Inglaterra, alerta que os custos com a doença devem consumir 1% do Produto Interno Bruto (PIB) global de 2010, equivalente a US$ 604 bilhões. De acordo com a associação, depois dos 65 anos de idade, a chance de alguém desenvolver a doença duplica a cada cinco anos. Com 85 anos de idade, as chances são de 50%.
Levantamento da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), divulgado no final do mês passado, revelou que as mortes por Alzheimer no país passaram de 1.343 em 1999 para 7.882 em 2008, um aumento superior a 500%. O estudo constatou que a demora no diagnóstico correto e o acesso aos remédios adequados dificultam o tratamento.
De acordo com a ABN, um paciente demora, em média, mais de três anos para saber que tem o mal de Alzheimer. Uma das causas é o fato de os sintomas da doença, como perda de memória e raciocínio lento, serem interpretados pelos parentes como consequências do envelhecimento e não uma enfermidade. Os especialistas acreditam que 95% das vítimas morrem até cinco anos após apresentar os primeiros sintomas. A maioria das mortes é registrada em brancos e na Região Sudeste, conforme a organização.
A doença atinge, geralmente, os idosos. Estima-se que cerca de 5% da população brasileira com mais de 65 anos de idade sofre de Alzheimer, percentual dentro da média mundial. O tratamento está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de medicamentos de alto custo. Em 2009, o Ministério da Saúde distribuiu 129 milhões de remédios.
O Alzheimer é uma doença neurológica degenerativa que afeta a memória, fala e a noção de espaço e tempo da pessoa, provocando apatia, comportamento agressivo e delírios. Um dos primeiros sintomas é perda de memória de fatos recentes. Depois, a fala começa a ser prejudicada. Na fase avançada, o doente tem alucinações, perda do controle das necessidades fisiológicas e dificuldade de se alimentar.