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Caminhoneiro é condenado a mais de 34 anos de prisão, por morte de dentista. Veja tudo que aconteceu no júri.

Foi condenado a 34 anos e 11 meses de prisão, o caminhoneiro Fabiano Costa de Lima, 30 anos, pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e estupro, cometido na dentista Márcia do Nascimento Gomes, de 32 anos, ocorrido em 27 de abril de 2009 na rodovia Rota do Sol, em Itati.

O Litoralmania acompanhou durante todo o dia o julgamento, direto da 2ª Vara do Tribunal do Júri da Capital com o jornalista Guilherme Dexheimer.

A mãe da jovem, a professora e coordenadora pedagógica Maria Inez do Nascimento Gomes, de 61 anos, conversou com o Litoralmania e chorando muito, desabafou após o resultado:

– A justiça foi feita, que minha filha descanse em paz, disse aos prantos.

A sentença foi lida pelo juiz Felipe Keunecke, do 1º Juizado da 2ª Vara do Júri.

Veja abaixo tudo que aconteceu no júri que durou mais de oito horas

10h
– Começa o julgamento do caminhoneiro Fabiano Costa de Lima, 30 anos, acusado de matar a dentista Márcia do Nascimento Gomes, de 32 anos, ocorrido em 27 de abril de 2009 na rodovia Rota do Sol, em Itati.

Fabiano confessou ter matado Márcia, baseado nisso, a Promotora de Justiça Dirci Soler afirmou a reportagem do Litoralmania, que vai ter seu trabalho facilitado, pois tem todas as provas a favor da condenação do réu. A promotora pretende pedir 50 anos de reclusão.

Já o advogado de defesa de Fabiano, Domingos Neto, afirmou que 50 anos é uma pena muito forte para impor ao seu cliente.

Serão ouvidas duas testemunhas, uma de defesa e outra de acusação. O delegado que conduziu o caso prestou seu depoimento, sendo questionado pela promotora Dirci.

10h25min – O júri foi paralisado por 10min, devido ao fato de o réu ter começado a chorar muito e não conseguir falar.

10h35min – Recomeça o júri. O reú não quis se manifestar e deixará a defesa para o seu advogado.

10h40min – Realização da leitura das peças processuais aos jurados.

11h15min – Pausa para o almoço.

13h – Júri recomeça.

13h05min – A promotora Dirci começa sua fala saudando os presentes e dizendo aos jurados que Márcia, uma jovem promissora teve sua vida tirada de forma brutal e que ninguém tem direito de fazer isso. Virada para os jurados, ela começa sua tese para condenar o réu.

Mais de 100 pessoas assistem ao júri.

14h05min – A promotora Dirci processa sua fala, agora narrando os fatos para os jurados, dizendo que foi encontrado material genético do acusado na vagina e no ânus da vítima, caracterizando que ela foi estuprada após sofrer golpes do acusado.

Ela cita as testemunhas que passaram pelo local, citando um casal de namorados que viram Márcia e Fabiano parados na estrada e ela sendo agarrada por ele.

Enquanto a promotora discursa, o réu permanece o tempo todo de cabeça baixa, sem olhar para ninguém. Está vestindo um blusão verde e calça. Parece estar bem tenso.

Segundo investigações, Fabiano dirigia um caminhão vermelho, marca Mercedes Bens

14h35min – Promotora pede a condenação do réu por homicídio triplamente qualificado.

14h36min – Intervalo de 10min. Após, a defesa terá 1h30min para dar sua versão.

14h48min– O júri recomeça com o advogado de defesa, Dr. Domingos Neto, saudando o público. Saudação especial aos familiares da vítima dizendo que entendam o papel da defesa e não julguem. A defesa não compactua com o acontecido, mas sim vem defender e esclarecer os fatos.

Dr. Domingos começa sua fala dizendo que só Deus pode explicar o que realmente aconteceu. O acusado na ocasião tomou rebite, medicamento para tirar o sono e consequentemente deixa a pessoa elétrica e às vezes fora do ar.

No dia do fato, Dr. Domingos diz que o réu parou o caminhão porque se sentia mau por conta dos remédios. Márcia teria passado pelo caminhão e vendo o parado, retornou para ver se estava tudo bem, parando espontaneamente colocando em cheque a versão do MP de que Fabiano teria feito uma emboscada para Márcia parar.

Em juízo, o réu afirmou que Márcia teria fechado o caminhão dele, obrigando ele a parar, quando ele parou, ela desceu e começou a agredi-lo.

Existe aí um choque de versões entre o depoimento do réu em juízo e o da defesa agora apresentado no júri.

Uma das testemunhas afirmou em depoimento que viu Fabiano agarrar Márcia e ela por sua vez teria jogado a chave de seu carro na pista. De acordo com esta testemunha, só de olhar para Fabiano, dava medo.

A defesa continua sua fala, após isso, a promotoria tem direito a réplica de 1h.

15h50min – A defesa argumentou que o acusado nunca teve passagem pela polícia. Que foi uma surpresa para todos que o conheciam. Finalizou, dizendo que só Deus pode explicar isto e que nem o acusado sabe como tudo aconteceu.

Termina a fala da defesa.

A sessão foi suspensa por 15min.

O Litoralmania conversou com pai da vítima. O Policial Civil aposentado Mário Brasil Antunes Gomes, de 73 anos, disse que: “Espera que seja feita justiça.” A professora e coordenadora pedagógica Maria Inez do Nascimento Gomes, de 61 anos, mãe da vítima, não para de chorar.

16h20min – Recomeça o júri com a réplica da promotoria. Dra Dirci começa sua fala dizendo que é um absurdo e se sente ofendida a defesa ter dito que o réu é o maior desgraçado nessa história, pois a família da vítima é quem sofre mais, a família sim é aparte mais desgraçada da história.

Continua sua fala dizendo que tem certeza que o réu armou emboscada para Márcia. Ela coloca abaixo a tese da defesa de que o réu teria usado apenas rebit para se manter acordado. Em juízo, Fabiano afirmou que usou cocaína 15min antes de sair de casa e misturou com rebit.

Ele ainda afirmou que é viciado em rebit, pois precisa trabalhar. A promotoria diz que os especialistas deram ele como pessoa normal, em condições de responder pelos seus atos e não afeta em nada o uso do medicamento.

16h40min – Neste momento, a promotora está afirmando que o réu não tem remorso, não se arrepende de nada, que a amnésia que ele diz ter sofrido, em esquecer  tudo que aconteceu ,pelo uso dos remédios, é tudo um jogo de psicopata.

Depois do dia do fato, ele tomou remédio para emagrecer e deixou o cabelo crescer para não ser reconhecido, no retrato falado… Isso é se arrepender? Se houvesse pena de morte, ele merecia. Enfatizou a promotora.

Finalizou: “Pensem nesta foto da Márcia, rindo, feliz e pensem no que essa criatura (aponta para o réu) fez com ela e como ela ficou.”

17h10min – Terminou a réplica. Pausa de 5min.

17h17min – O advogado de defesa começa a tréplica contrapondo o que a promotoria afirmou de que o réu teria tomado remédio para emagrecer e deixado o cabelo crescer para disfarçar para não ser reconhecido. Defesa afirma que Fabiano emagreceu de tristeza, por sentir remorso do que fez.

O advogado olhou para os jurados e disse que o réu não pode ser condenado pelo que não fez e nenhum laudo diz que ele introduziu seu pênis no ânus da vítima, como a promotora diz ter acontecido.

“O MP está trabalhando no achismo”. Afirmou Domingos Neto, advogado de defesa do réu.

17h30min – O júri foi suspenso para votação dos jurados.

Uma curiosidade: em toda a fala da promotora, a foto de Márcia ficou exposta perante o júri, quando a defesa se pronunciou pediu para retirar.

18h18min – Réu é condenado a 34 anos e 11 meses de reclusão.

A mãe da vítima conversou com o Litoralmania, disse “justiça foi feita, que minha filha descanse em paz, chorando muito. A família do réu também chorou bastante.

Ao saber do resultado, o reú fez sinal para o agente da Susepe o algemar.

18h22min
– Encerramos neste momento, nossa cobertura, direto da 2ª Vara do Tribunal do Júri da Capital.

Fotos de Eduardo Osorio.

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