Estados Unidos retiram seus últimos soldados do Iraque
A divisão formada por 100 veículos blindados, transportando 500 soldados, cruzou o deserto do Sul do Iraque entre a madrugada de sábado e a manhã deste domingo (18).
No auge da presença militar americana no Iraque, o país chegou a contar com mais de 170 mil soldados e um total de 500 bases. O conflito matou cerca de 4.500 soldados dos Estados Unidos e milhares de iraquianos desde o início da campanha militar, em 2003. A guerra teve custo de cerca de US$ 1 trilhão para os cofres americanos.
Com a saída das forças americanas, o Iraque espera poder conter as explosões de violência que ainda ocorrem no país, por meio de suas forças de segurança treinadas pelos Estados Unidos. Mas atentados e confrontos deixam, em média, 350 pessoas mortas todos os meses no Iraque.
De acordo com o correspondente da BBC em Teerã, Jim Muir, a segurança precisa estar ligada à estabilidade política, outro grande desafio enfrentado pelo país.
Em meio à retirada americana, uma crise política começou em Bagdá, com deputados do bloco Iraqyya, do primeiro-ministro Ayyad Allawi, se retirando do Parlamento, no sábado (17).
A facção política, formada por muçulmanos sunitas, acusa o governo predominantemente xiita do presidente Nouri Al Maliki de concentrar demasiado poder.
Há também tensões em duas regiões predominantemente sunitas, que querem se declarar autônomas, a exemplo do que fizeram os curdos no Norte do Iraque.
Existe ainda uma convicção generalizada de que com a saída dos americanos, a influência iraniana sobre o Iraque irá aumentar.
Os Estados Unidos vão manter no país apenas 157 soldados responsáveis por treinamento na Embaixada americana, assim como um pequeno contingente de fuzileiros navais responsáveis pela segurança da missão diplomática.