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Biolchi: na prática, teremos a falta de critério nas promoções da BM

O líder da bancada do PMDB, deputado Márcio Biolchi, afirmou que o projeto que trará novos critérios às promoções de oficiais da Brigada Militar “fere o interesse público” e, de maneira perigosa para a sociedade, coloca a corporação sujeita aos interesses políticos.

“Na prática, a proposta se traduz na falta de qualquer critério. Uma graduação superior valerá 15 vezes menos do que ter relação pessoal com o comandante ou pela rligação partidária com que está no governo”, afirmou Biolchi, durante a tarde desta terça-feira (6). Os deputados do PMDB se retiraram do Plenário no momento da votação do projeto como forma de protesto. A matéria acabou sendo aprovada por 28 votos dos partidos da situação.

 “A partir de hoje, a Brigada deixa de ser uma instituição da cidadania e passa a ser uma instituição de governo”, frisou Biolchi. Até mesmo a emenda que o líder peemedebista apresentou, buscando retirar o fator que multiplicará por três as notas de avaliação subjetiva, foi aceita. Na verdade, uma manobra regimental da base governista impediu até mesmo a votação da sugestão assinada por Biolchi e líderes de outras bancadas.

 “A ideia era amenizar os impactos negativos. Estamos desestimulando quem busca sua qualificação e atingindo os parâmetros de hierarquia e disciplina, que representam a base da Brigada Militar”, justificou Biolchi. Ele salientou que 75% dos oficiais que estão nos comandos das unidades da BM sempre tiveram suas promoções através do merecimento e da competência na execução das suas tarefas. “Vamos trocar a ficha de avaliação pela ficha de filiação partidária”, lamentou o deputado.

 Biolchi destacou, também, que as mudanças foram rechaçadas até mesmo pelo Estado Maior da BM, a chamada PM 1, o que comprova que o projeto não passou pela discussão interna com os oficiais militares. “Diferente da Lei 12.577, que foi construída no seio da Brigada, estas mudanças saíram do seio do partido político”, condenou. Para o líder do PMDB, a pressa do governo em votar o projeto é para usar as novas regras nas promoções já em abril, mês em que a BM tem por tradição proceder os avanços na carreira durante as comemorações da Semana Tiradentes.

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