Unasul aprova apoio ao Equador no impasse envolvendo Assange
O impasse foi gerado depois que o governo do Reino Unido informou que não pretende conceder salvo-conduto para Assange, autorizando-o a deixar o país, mesmo após o anúncio de asilo político por parte do Equador. A situação se agravou com as informações de que policiais britânicos se preparavam para entrar na Embaixada do Equador em Londres, na qual Assange está abrigado há mais de dois meses.
A reunião extraordinária da Unasul foi convocada a pedido do governo do Equador. Na reunião, os chanceleres aprovaram o documento que ratifica a defesa em favor do diálogo e da negociação para a busca de uma solução mutuamente aceitável para o caso.
O documento Declaração de Guayaquil foi lido pelo venezuelano Ali Rodríguez. Nele, há sete itens. No primeiro, a Unasul expressa a solidariedade e o apoio ao governo equatoriano em relação à ameaça de violação da Embaixada do Equador em Londres. No segundo, o documento reafirma o direito soberano dos Estados (países) de conceder asilo político.
O terceiro item refere-se à condenação do uso da força entre os Estados, reiterando a observância dos princípios consagrados no direito internacional, como o respeito à soberania e aos tratados internacionais. O quarto item reafirma o princípio fundamental da inviolabilidade das instalações diplomáticas e a obrigação dos Estados de acolhimento, em relação às disposições da Convenção de Viena.
No quinto item, a Unasul reafirma o princípio do direito internacional, no qual não há lei que possa ser invocada em caso de não completar uma obrigação internacional, segundo o Artigo 27 da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados.
Nos itens seguintes, o documento reitera a importância de o asilo e o refúgio protegerem os direitos humanos das pessoas que acreditam que a vida ou saúde está ameaçada, além de pedir às partes que continuem o diálogo e as negociações em busca de uma solução mutuamente aceitável no direito internacional.
Assange permanece na Embaixada do Equador em Londres. O governo do Reino Unido informa que pretende “cumprir a obrigação” de extraditá-lo à Suécia, onde é acusado de crimes sexuais.