Geral

Inicia o horário de verão

O horário de verão começou à 0h deste domingo (05). Os relógios devem ser adiantados em uma hora. O término está marcado para o dia 25 de fevereiro de 2007. Conforme a previsão do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a redução esperada na demanda é de 157MW, que é calculado tomando como base a redução de 4% na demanda integralizada de energia estimada para o verão 2006-2007, no horário das 19 às 21 horas (3.925MW). Tal economia equivale à potência elétrica instalada na usina hidrelétrica de Passo Real (158MW) e na usina termelétrica à Gás Natural da REFAP (160MW). Portanto, a não adoção do Horário de Verão implica em ter que disponibilizar usinas deste porte para atender a demanda estadual.

Segundo o secretário de Energia, Minas e Comunicações, José Carlos Elmer Brack, pelo lado do consumo, a adoção do Horário de Verão leva a uma redução de 0,5% no período considerado (112 dias), tomando como base o consumo estadual de energia elétrica estimado para o ano de 2006, equivalente ao consumo anual de cidades como Tapejara, Palmeira das Missões, Candelária e São Lourenço do Sul.

Conforme o ONS a redução esperada na demanda se traduz em elevação da confiabilidade de suprimento à mesma, em função do aumento na margem de segurança no atendimento às cargas, permitindo reduções nos cortes de carga ou geração térmica adicional, quando de contingências na rede de 525 kV de suprimento. Ainda, a redução na demanda permite acomodar acréscimos na carga reativa, decorrentes de aumento de temperatura, mantendo se o mesmo nível de confiabilidade, sem geração térmica adicional. Estima-se que esta redução será da ordem de 50 MW o que representará uma economia ao longo do período da ordem de R$ 14,8 milhões. Afora estas despesas evitadas pela geração adicional com térmicas, tem-se que acrescentar os investimentos que seriam necessários, em geração e transmissão, para atender a demanda poupada no horário de ponta.

Deve-se ainda registrar a redução nos carregamentos das transformações 230/69kV das SES Gravataí 2, Charqueadas, Bagé e Camaquã e das transformações 230/23kV das SÉS Canoas 1, Campo Bom, Gravataí 2, que apresentam, atualmente, carregamentos elevados. Adicionalmente, registram-se reduções nos montantes de corte de carga em situações de indisponibilidades, nas citadas transformações.

Estados que participam do Horário de Verão

Distrito Federal
Espirito Santo
Goiás
Mato Grosso
Mato Grosso do Sul
Minas Gerais
Paraná
Rio de Janeiro
Rio Grande do Sul
Santa Catarina
São Paulo

Quanto representa a economia no RS? Por que se adota o Horário de Verão?

Nos meses de verão o Sol nasce antes que boa parte da população tenha iniciado seu ciclo de trabalho. Assim, se os relógios forem adiantados durante esse período, a luz do dia será melhor aproveitada, e as pessoas passarão a acordar, trabalhar, estudar, consumir energia, enfim, em melhor consonância com a luz solar. Nos países equatoriais (cortados pela linha do equador) e nos tropicais (aqueles situados entre o Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio), a incidência da luz solar é mais uniforme durante todo o ano e dessa forma não há muitas vantagens na adoção do horário de verão. Nesses casos a economia de energia, embora existente, não é tão significativa se comparada aos transtornos causados ao relógio biológico da população. O Brasil é único país equatorial do mundo que adota o Horário de Verão.

O principal efeito esperado com o horário de verão é a redução da carga máxima durante a hora da ponta. A aplicação dessa medida vem sendo praticada nas regiões geográficas onde sua eficácia tem sido comprovada, garantindo atendimento às áreas críticas, proporcionando folgas à operação para efetivação de manutenções em instalações de geração e transmissão do SIN e economia relacionada à redução de geração térmica evitada para manter níveis adequados de suprimento aos centros de consumo.

O Horário de Verão se constitui em uma medida que minimiza investimentos que seriam necessários para atender demandas sazonais regionais ou em áreas específicas. No atual contexto, o efeito da redução da carga de demanda, na hora de ponta, é o benefício esperado mais relevante para o SIN. A diminuição de demanda pela implantação do Horário de Verão reduz a necessidade de geração térmica do sistema interligado nacional, bem como minimiza ou mesmo elimina cortes de carga em ocorrência de contingências no sistema.

Segundo o Operador Nacional do Sistema, do ponto de vista da segurança operacional do sistema, a implantação do Horário de Verão é relevante pela redução de demanda proporcionada na hora da ponta de carga. Tal fato resulta em diminuição do carregamento das instalações de transmissão, maior flexibilidade no controle de tensão em condições normais de operação, com reflexo, principalmente, na segurança elétrica em situações de emergência, por minimizar ou mesmo evitar a necessidade de corte de carga nessas situações, bem como, pela economia relacionada à redução de geração térmica evitada para o atendimento a essas contingências.

A adoção do Horário de Verão traz benefícios para a operação do sistema, principalmente, devido à redução da demanda no horário de ponta. Para o consumidor final, os benefícios relevantes se traduzem através de aumentos evitados de tarifa, decorrentes de investimentos postergados para atender acréscimo na demanda da hora de ponta e através de economia com dispêndio de combustíveis na geração térmica para garantia da confiabilidade em determinadas áreas e na redução (ou até mesmo eliminação) de corte de carga em emergências.

O Rio Grande do Sul, por estar situado inteiramente abaixo do Trópico de Capricórnio, verifica-se uma redução de cerca de 4% da demanda integrada de energia durante o consumo de pico (patamar de carga existente no período das 19 às 21h) ao adotar-se o Horário de Verão. Tal medida é adotada também nos demais estados da região Sul e Sudeste pelo significativo consumo frente à média nacional. Porém, nos estados da região Nordeste e, principalmente, da região Norte, a variação de luz solar anual é insignificante.

Histórico

Estabelecidos por decreto desde 1931 no Brasil, ainda que de forma descontínua, suas origens na verdade remontam à Inglaterra do ano de 1907. Foi lá que um construtor londrino, membro da Sociedade Astronômica Real, chamado William Willett (1865-1915) deu início a uma campanha para diminuir o consumo de luz artificial ao mesmo tempo que estimulava o lazer dos britânicos. Num panfleto de 1907 intitulado “Waste of Daylight” (desperdício de luz diurna) Willett propôs avançar os relógios em 20 minutos nos domingos do mês de abril e retardá-los a mesma quantidade nos domingos de setembro. As polêmicas surgiram ali mesmo.
Especialmente entre os fazendeiros, que têm que acordar com o Sol não importa que horas marquem os relógios. Willett não viveu o suficiente para ver sua idéia colocada em prática.

O primeiro país a adotar o Horário de Verão acabou sendo a Alemanha, em 1916, seguido pela Inglaterra. O Horário de Verão foi criado na Inglaterra, mas foi implementado primeiro na Alemanha. Era a Primeira Guerra Mundial. A economia de energia foi considerada um importante esforço de guerra, diminuindo o consumo de carvão, principal fonte de energia da época. A medida foi seguida por outros países europeus.

Os Estados Unidos o adotaram em 1918, junto com seu sistema de fusos horários. Foi difícil, mas os americanos acabaram se acostumando, pois lá o Horário de Verão reduz as zonas horárias de quatro para duas. Hoje, aproximadamente 70 países utilizam o Horário de Verão em pelo menos parte de seu território, mas suas datas de início e término nunca são definidas usando critérios astronômicos, embora estejam relacionados a uma estação do ano. Ocorre ainda que boa parte das porções continentais do planeta estão no hemisfério Norte, acima do Trópico de Câncer. Em muitos países do Norte o inverno é rigoroso e o Sol se põe bem cedo, levantando-se timidamente durante o dia. No verão ocorre o contrário: é comum haver claridade ainda por volta das 20 horas. É por isso que nesses lugares o Horário de Verão faz muita diferença.

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