O ciclo sono-vigília é regulado por um complexo sistema de substâncias químicas, secretadas na circulação sangüínea, denominadas hormônios. Estes hormônios atuam em diversos receptores presentes, sobretudo, no sistema nervoso central, e são capazes de orientar a quantidade de sono que o organismo necessita, para se revigorar após as atividades cotidianas.
Uma série de fatores influencia na produção e secreção destes hormônios, tais como a exposição à luz do Sol, o estresse emocional, o uso de determinados medicamentos, a ansiedade e a depressão, dentre outros fatores. A desregulação no sistema de controle do sono-vigília pode resultar em diversos distúrbios do sono, sendo a insônia seu representante mais comum.
Um dos hormônios que atuam no controle do ciclo sono-vigília é a orexina. A orexina é produzida no sistema nervoso central (mais especificamente no hipotálamo, o qual é considerado o centro regulador do sono), e está relacionada com a manutenção do estado de alerta nos mamíferos. Um grupo de pesquisadores publicou uma pesquisa na revista Nature Medicine em Janeiro de 2007, no qual afirmam que a deficiência permanente na função da orexina está associada com a ocorrência de narcolepsia em ratos, cães e seres humanos.
Os autores reiteram que o bloqueio medicamentoso dos receptores da orexina é capaz de induzir o sono nos humanos, nos cães e nos roedores. Assim, um novo medicamento que está sendo testado, tem a capacidade de bloquear tais receptores do hormônio, e nos estudos preliminares mostrou-se útil na indução do sono, em todas as espécies animais em que foi avaliado.
Concluem os autores que, embora mais pesquisas devam ser desenvolvidas, a atuação medicamentosa no sistema hormonal orexina, até aqui obtida, mostrou-se promissora. Caso o novo medicamento seja aprovado para uso comercial, teremos à disposição uma nova arma no combate as doenças do sono.
